terça-feira, 4 de março de 2008

Prozaquianos

"É melhor ser alegre que ser triste. Alegria é melhor coisa que existe.", diz a letra de música. E diz tão bem dito, tao cândida e delicadamente que é impossível discordar. Sim, ser feliz é bom! O sentimento de felicidade é realmente como uma luz no coração. Porém, há outra letra de música que diz o seguinte: "a felicidade é como uma gota de orvalho em uma pétala de flor". E, mais uma vez, o tempo da delicadeza se faz presente e havemos de concordar com Tom Jobim. Quer dizer, concordar em partes. Acho eu que a felicidade não é tão efêmera assim. Mas o caso de que quero tratar não é esse.
Pesquisas recentes feitas na Inglaterra demosntram que é crescente o número de pessoas que tomam antidepressivos. E aqueles que se utilizam desses remédios não são, necessáriamente, pessoas deprimidas. Tímidos, introvertidos, adolescentes e etc também tem feito uso de remédios simplesmente para se sentir bem.
A coisa funciona mais ou menos assim: a pessoa não aceita ser infeliz, arranja uma cartela de Prozac, e volta a sorrir. Mesmo que sua infelicidade seja momentânea e passageira como a gota de orvalho na pétala de flor.
Os antidepressivos são remédios fortes, que mechem com o sistema nervoso do paciente que se utiliza dele. Além disso, como toda droga, eles podem causar dependência. Por isso mesmo, assim como todo e qualquer medicamento, remédios para depressão devem ser consumidos somente com determinação médica.
A utilização dos antidepresivos por aqueles que não sabem lidar com a tristeza, é reflexo de uma sociedade que nos empurra padrões de felicidade. Temos que usufruir da alegria das propagandas de refrigerante. Precisamos nos divertir tanto quanto os personagens de comerciais de celular. Só que não somos tão belos, não somos tão famosos, e a vida não é tão festiva quanto nos mostram nos intervalos da novela. Temos que trabalhar, enfrentar fila, ônibus lotado... É duro...É triste.
É, caríssimos, é duro de adimitir: a tristeza faz parte da vida. E a trsteza nos ajuda a crescer. Nos mostra que, por pior que as coisas sejam, tudo se resolve. E que, ao contrário do que diz a segunda letra de música citada no primeiro parágrafo, tristeza tem fim sim.


Clara

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