quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Manual do não-fazer

Olá, queridos leitores.

Estamos de volta depois de mais um final de período estressante.

E, para finalizar o ano de 2009, resolvi juntar algumas jóias raras do jornalismo e montar um pequenino manual do não-fazer.

Vejam bem: todos os grandes veículos tem seus manuais de redação e estilo. E o Aliás não podia ficar de fora dessa. Mas, como nosso blog é diferente e não compactua com a velocidade da informação do jornalismo em tempo real - sim, essa é uma bela desculpa para a pouca postagem de textos -, a nossa cartilha vai mostrar aquilo que não deve ser feito. E, como eu e Jaqueline nos formaremos no ano que vem, acho que a gente já pode dar pitacos sobre o assunto.

Então, inspiradas pelo CQC, vamos ao nosso Top 3.


3. Jornal o Fluminense, de Niterói, setembro de 2009:
INSS vai pagar atrasados do INSS




Ufa!

Pior seria se o INSS fosse pagar, sei lá, os atrasados da Petrobras!

Moral da história: Não deixe NUNCA de revisar o seu jornal. Se possível mais de uma vez. Principalmente a capa, ok?


2. Jornal O Diário do Sul, 2008.

Daniel Dantas não é Daniel Dantas

Coitado do ATOR Daniel Dantas, foi preso no lugar do BANQUEIRO Daniel Dantas.

Dá pra fazer uma novela com isso!! rs...

Moral da história: Não deixe o estagiário escolher a foto da capa - sim, nós somos estagiárias!


1. TV Record x Rede Globo:

Postura profissional pra quê?


Gente... Como assim?? A reportagem da Record faltou em aulas básicas na faculdade!

Para pintar a Globo com a cara do capeta, a TV do bispo Macedo resolveu fazer uma briguinha ao vivo. Assim, demonstrou, por A+B e ao vivo, como não fazer jornalismo.

E, para aqueles que acharam que o assessor do ministro foi grosseiro, que fique claro: ele só fez o papel dele.

E esse exemplo é tão bizarro que nem precisa de moral da história!


Bom, para quem se interessou pelo tema, eu indico o site do Plantão do Notícias, ótimo grupo de humor criado por Maurício Menezes.

Ah, e como estamos na web 2.0, fica o convite para que vocês contem aqui outros casos que demonstrem o quanto ainda o jornalismo deve melhorar e, por isso, o quanto ainda precisamos aprender.


Abraços,


Clara Araújo

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Gente,

esta matéria é fundamental entrar na integra no nosso Blog. Por isso ai vai com muita FELICIDADE este post!!!!!
Beijos
Jaque


PEC do diploma é aprovada em comissão do Senado

portal Comunique-se
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou, nesta quarta-feira (02/12), a Proposta de Emenda à Constituição 33/2009, que restitui a obrigatoriedade do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão. O projeto segue para o plenário da Casa, onde será votado em dois turnos.

Durante a reunião, os senadores expuseram seus pontos de vista sobre a matéria. O presidente da comissão, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), foi a principal voz contrária à aprovação. Em sua opinião, a decisão do Supremo Tribunal Federal foi acertada e qualquer tentativa de regulamentar a profissão seria novamente derrubada.

Entretanto, a PEC foi aprovada pela ampla maioria dos membros da comissão. Apenas Demóstenes e seu companheiro de partido Antônio Carlos Magalhães Júnior (BA) votaram contra a aprovação.

De acordo com o autor da PEC, senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), a exigência do diploma garante a proteção dos jornalistas.

“Infelizmente, da forma como está hoje, um empresário de comunicação pode dizer o seguinte: ‘meu amigo, você está exigindo um salário muito alto. Então vou chamar o fulano, que tem o segundo grau, e vou pagar a metade do que você está ganhando’”, disse Valadares.
O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, Sérgio Murillo, acompanhou a votação e ficou satisfeito com o resultado. “Não existe conflito entre diploma e o livre exercício de expressão. Agora temos um atestado do Senado”.

Apesar da aprovação, a mobilização continua e a entidade busca um consenso com as organizações patronais. De acordo com Murillo, a Fenaj, junto com a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abert), “pode buscar uma solução que contemple a regulamentação e garanta a liberdade de expressão”.

“Não estamos atrás de enfrentamento, só não vamos aceitar que a profissão seja desregulamentada”, afirmou.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Um pouquinho de lá por mim- Árido é o sabor- capitulo 1

No último mês de setembro até meados de outubro fui para a região norte, especificamente para o Pará. Pude aprender e apreender muita coisa por lá, principalmente com a convivência com as comunidades quilombolas e ribeirinhas da região do baixo amazonas. São muitas histórias que quero compartilhar, mas no momento, por uma força maior chamada FACULDADE, meu tempo está milimétricamente calculado. Afinal, foram 35 dias longe da vida universitária propriamente dita. Por isso, vou compartilhar gota a gota o que pude ver, sentir e aprender por lá.

Árido é o sabor

Por Jaqueline Deister



Ê canta ae,
Ê conta ae,
A história do valente guerreiro que sai todo dia para pescar
Foram tantas, nem me lembro,
Pescador de memórias
Estivador de uma vida de lamento


Ê canta ae Ê conta ae,
As Marias continuam em suas casas,
Lavam roupa na beira do rio
e esperam os homens que saem para caçar,
Valente é a Maria que mesmo na agônia do seu dia tem força para cantar


Ê conta ae, Ê canta ae
A história do valente guerreiro que sai todo dia para pescar,
Silenciado e Oprimido no passado,
Ele começou agora a falar,
Esse homem tem muito mais do que história de peixe para te contar


Ê canta ae
Ê conta ae.....


A história está só começando....



Beijos
Jaque Deister

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Nem cozinheiro, nem jornalista: Congresso Nacional quer diploma para cabeleireiro


Semana passada vi no Jornal Hoje, da Rede Globo, uma notícia que me fez rir da politicagem realizada no Brasil. O riso foi um misto de raiva e indignação, mas, como diriam no Twitter, #euri.

A pauta da reportagem era a seguinte: está rolando no Congresso Nacional um projeto de lei que prê que profissionais da beleza - cabeleireiros, manicures, pedicures, etc - tenham algum tipo de certificação para poderem exercer a profissão. O projeto já foi aprovado na Câmara e agora só falta o Senado dar seu aval.

De acordo com a reportagem, a condição para continuar no mercado é ter concluído, pelo menos, a 8ª série do Ensino Fundamental, além de fazer cursos em instituições legalmente reconhecidas. Ainda segundo o Jornal Hoje, só estaria dispensado de fazer os cursos de qualificação quem está na área há, no mínimo, um ano.

Há ainda depoimentos de uma proprietária de salão de beleza, além de uma dona de casa que faz as unhas com uma manicure.

Vejam o que elas dizem:

Proprietária de salão: “Se você não tiver profissionais qualificados dentro da área, não tem como você crescer, não tem como o estabelecimento crescer, não tem como fazer com que os clientes saiam satisfeitos com o serviço prestado”.

Dona de casa: “Todos saem ganhando: o estabelecimento, que pode contar com profissionais certificados, o profissional que tem o seu trabalho devidamente reconhecido e remunerado, e a gente, como cliente, só tem a ganhar”.


Pois é, meus queridos, a coisa funciona assim: para cortar cabelo, querem curso e diploma. Para ser jornalista, não.

Vejam que tanto a proprietária do salão quanto a frequentadora de um deles diz que um profissional, digamos, certificado, dá mais segurança do serviço feito para clientes e patrões. Ou seja, o discurso ali privilegia a formação em detrimento do aprendizado empírico. Exatamente o contrário foi o que fizeram com o jornalismo. Tirou-se a obrigatoriedade do diploma com a desculpa de que jornalismo se aprende na prática.

Desculpem por estar falando de um tema já tão batido e debatido, mas é que essa descrença na profissão de jornalista me fere o umbigo. Irrita perceber o quanto as pessoas - e até mesmo profissionais de comunicação - não entendem a importância e a responsabilidade embutida em um veículo de comunicação.

O jornalista trabalha com a prerrogativa da verdade. Matérias de jornal são usadas em tribunais, em botequins e em teses de doutorado para provar que o que se fala é verdadeiro. Então, como podemos acreditar que fazer jornalismo é para qualquer um? Como podemos defender que a formação acadêmica de um jornalista é dispensável?

Se alguém entende como isto pode ser possível, por favor, me explique!


Abraços,



Clara Araújo

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Chicago 2016

No título desse post o que menos importa é a cidade. Ali eu poderia ter escrito Madrid ou Tóquio que daria na mesma. Nesse post e nesse título, o que importa é não fazer campanha para que o Rio seja a sede dos jogos olípicos de 2016. Apesar dos motivos serem um tanto quanto óbvios, eu explico o porquê disso.

Você se lembra do Pan-americano de 2007? Se lembra que ele foi no Rio? E você se lembra da estrutura criada para os jogos? Se lembra também da verba "extra" que teve que ser usada para que as obras fossem terminadas?

Pois bem. Em 2007, já de olho em 2016, os governos Federal, Estadual e Municipal transformaram o Rio de Janeiro na capital do esporte das américas. E, para isso, não pouparam dinheiro.

Até aí, tudo bem. Fazer obras de infra-estrutura e criar complexos para competições esportivas da alto nível sai caro mesmo. Mas a aberração desta história está contida em dois aspectos. O primeiro, como já disse, foi a verba gasta para colocar tudo isso de pé: R$ 3,7 bilhões - 800% a mais do que o previstos pelo COB - compostos quase que na totalidade por dinheiro público (metade pelo governo federal). A segunda foi o destino que toda esta infra-estrutura teve.

O destino das obras feitas para o Pan já foram, inclusive, tema para este blog. Na ocasião, falei sobre o Parque Aquático Maria Lenk, fechado até hoje. O Parque, super moderno e que deveria treinar os atletas brasileiros do futuro, continua lá, sem uso e sem previsão de entrar em funcionamento. O mesmo acontece com o velódromo da Barra e com a Arena Multiuso, hoje HSBC Arena.

Então, eu pergunto: alguém aí realmente acredita que a realização das olimpíadas de 2016 no Rio vá trazer muitos benefícios?

Somos um país tão pobre e tão carente de coisas básicas que me parece luxo demais querer investir R$1,3 trilhão para criar estádios e afins. E se temos esse dinheiro para investir nas Olimpíadas, por que não investimos em educação, saúde e transporte? Por que preferir um evento midiático a resolver problemas reais e urgentes?

Por essas e outras, Rio 2106: soy contra!


Abraços,


Clara Araújo

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Malvados

Nada como o humor negro para aliviar um dia tenso de trabalho. E as tirinhas dos Malvados são campeãs nisso!

Clara Araújo

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Desabafo de uma brasileira!






Confesso que nos últimos meses tenho estado com o meu orgulho de ser brasileira ferido. Parece até que participamos de uma Copa do Mundo e perdemos, não é? Porque muitos só lembram e levantam a voz para gritar o nome do nosso país com louvor quando somos bem sucedidos em uma partida do “maldito” futebol. Aqueles que me conhecem sabem da minha paixão por esporte, mas os que me conhecem melhor sabem também o quanto fico aborrecida com este sentimento provocado pelo ópio do povo brasileiro.

Você já deve estar pensando que eu detesto futebol e que o texto será sobre isto. Enganado. Por incrível que pareça, gosto de jogar “o maldito”, só não gosto de assistir.

Todo esse papo não é em vão. Comecei pelo futebol porque sei que quando o Brasil fracassa em uma pelada, fere com o orgulho de uma boa parte da população. E estou me sentindo como esses viciados quando ficam “putos” porque o seu time perdeu. A única diferença é que perder ou ganhar numa partida de futebol não interfere em nada no rumo da vida do torcedor, enquanto perder ou ganhar no Congresso e no Supremo afeta diretamente a vida de muitos de nós.

Sou brasileira porque sou apaixonada pela nossa cultura que emergiu do submundo, pelas nossas terras que são sinônimo de tanta diversidade, mas admito que estou um tanto quanto desapontada com a nossa gente. Sim, este texto é um desabafo!

Primeiro, presenciei de mãos atadas o Ministro Gilmar Mendes juntamente com a sua trupe aprovar o fim da Obrigatoriedade do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão, e vi a maioria dos estudantes aceitar isso de bico calado, pianinhos de cabeça baixa em seus cantos... parafraseando Chico Buarque:literalmente assistindo a Banda passar, pior que nem banda passou...

Pois é, vi a carreira que escolhi para seguir sendo totalmente deslegitimada diante dos meus olhos em pleno 6º período da faculdade. Desanimador, não? Pior ainda foi ler no Jornal do Brasil o artigo de um professor Pós Doutorado na Sorbone que faz parte do Departamento de Comunicação da minha Universidade:

“Então, para que servem as faculdades de jornalismo? A resposta é simples: para aprender a fazer um bom risoto. Se você tiver alguns professores acostumados com o manejo das panelas e outros bem informados sobre os temperos, talvez alcance o objetivo. Mas só vai completar o aprendizado quando chegar na cozinha e tomar uma bronca do chefe: o chefe de reportagem” (Felipe Pena- O Jornalismo e a Gastronomia)

Triste não se acreditar naquilo que faz, não é? Foi exatamente nesta frase que encontrei a resposta para continuar no meu curso. Graças à Deus, até o momento não tenho frustrações e posso falar de boca cheia: Gosto, levo à sério, acredito no que faço e defendo uma sólida formação, por isso me orgulho de sentar nas cadeiras empoeiradas do Instituto de Artes e Comunicação Social (IACS) por quatro anos.

Para arrematar com chave de ouro o meu “amor” pelo Ministro Gilmar Mendes, folheando as páginas do jornal de hoje (02/09) me deparo com o seguinte título: “Gilmar manda à Câmara projeto que dá reajuste de 14% a ministros do STF. Salário iria de R$24,5 mil para R$27,9 mil, e teria efeito cascata.” Vocês sabem o que Mendes argumenta para defender este reajuste de 14% ? “O salário está defasado com a falta de aumento. O montante do reajuste corresponde à variação acumulada do IPCA nos anos de 2006, 2007 e 2008”, diz o Ministro. O valor, se aprovado, será incorporado gradualmente ao salário dos magistrados dos altos cargos públicos.

O valor do salário do STF serve como teto do funcionalismo público e o reajuste provocaria um efeito cascata na renda de outras categorias. Não, professores de plantão, aposentados e pensionistas, este reajuste não é para vocês, ou melhor, para nós. Apenas para os diplomados: procuradores gerais, juízes, Ministros de Superior Tribunal Militar, Superior Tribunal de Justiça e por ai vai... Nós, a ralé, temos que nos conformar, aplaudir e ficar muito felizes com o reajuste de 8,8% sobre o atual piso nacional fixado em R$ 464,72. Oba!!! Viva!!! O minimo vai subir R$ 41,18 e o máximo R$ 3,400. Pelo menos eles respeitam a semântica das palavras...

Tudo isso me desanima gente...Há algumas semanas presenciamos outro tapa na cara do brasileiro, nos chamaram de otários na lata e mais uma vez como foi a nossa reação: PASSIVIDADE. O arquivamento dos onze pedidos de investigação sobre o Presidente do Senado, José Sarney, com acusações de de nepotismo, tráfico de influência, desvio de recursos públicos e envolvimento com atos secretos, me fizeram perceber que o povo pouco se importa com o que os grandes fazem desde que não atinja diretamente a vida individual de cada um. A nossa indignação dura pouco, é só durante o tempo de folhear o jornal, ouvir no rádio e assistir ao Jornal Nacional. Depois, ah, não posso fazer nada mesmo! “Eles que são brancos, que resolvam” já dizia o ditado....

Agora, não tente mexer com o Futebol e com o Carnaval, porque o brasileiro vira bicho, o resto, tudo pode. Enquanto o movimento “Fora Sarney!” e “Diploma sim!” reuniram de 30 à 50 manifestantes, o “bloqueata”, mistura de bloco com passeata para protestar contra as novas regras que a Prefeitura do Rio implementou para o carnaval de rua do carioca no ano que vem, reuniu cerca de 500 pessoas pelo centro do Rio no domingo passado.

Por isso que estou tão desacreditada na nossa gente e fico muito triste em ver a minha terra pedindo socorro e eu, junto com meia dúzia de gatos pingados, não podendo fazer nada! Porque no final das contas, para a maioria das pessoas, tendo a cervejinha, o futebol, o Carnaval e “um bom risoto de frutos do mar”, basta! Pena que eu não aprendi a me contentar com tão pouco!

Jaque Deister

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Dança da solidão


Todos os dias acordo às 8 da manhã para ir ao estágio. Normalmente estou sozinha em casa e, por isso, costumo tomar café em frente a televisão.

Sim, caros leitores, eu vejo Ana Maria Braga.

E vendo Ana Maria Braga, assisiti a uma matéria sobre amigos de aluguel. Deus, que coisa triste. Mais triste do que assitir ao Mais Você!

O esquema é o seguinte. Pessoas ligam para a tal empresa e contratam um outro ser- em geral, atores - para trabalhar como seu amigo por algumas horas. A companhia pode ser para um chá, um show ou uma visita ao shopping. O preço da hora varia de R$ 50 a R$ 100, dependendo do tipo do programa.

Mais assustador é saber quem procura o serviço. De acordo com os dois atores que deram entrevista ao Mais Você, em geral, são filhos que, sem tempo - ou paciência - para fazer companhia às suas mães, ligam para a empresa contratando os amigos de aluguel.

E eu ali, sozinha, mas bem, pensei em mim, velhinha, querendo a atenção dos meus filhos, e tendo que me contentar com um estranho para me fazer companhia.

Fiquei pensando: a que ponto chegamos? A que ponto da individualidade e da paranóia do trabalho nos deixamos atingir?

Se continuarmos nessa linha de raciocínio e de ações, dançaremos eu e você a dança triste de termos que pagar por um amigo, por um carinho, por uma conversa, por um filho, por um amor.


Clara Araújo

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Ela se foi!

O título desse post pode assustar aos mais desatentos. Por isso, já digo logo de cara: ninguém morreu. Porém, o leitor mais minucioso já percebeu que algo está diferente nesse blog. Sim, senhoras e senhores, temos menos uma colaboradora!

A "senhorita bolo de carne" - como ela mesmo se entitulou em seu primeiro post por aqui -, a Erika - para os mais íntimos -, decidiu bater azas em outros ares e já não faz mais parte do Aliás. Fotografia, curso de francês e uma viagem para a Amazônia, estão entre os projetos da senhorita Vettorazzo. A moça não para!

É uma baixa lamentáve para nós, acredito. Perdemos em nosso blog o humor e a crítica afiada da filha mais ilustre da Ilha do Governador (depois de Miguel Falabella e do reitor da UFF, professor Roberto Salles). Mas ela promete nos brindar SEMPRE com comentários e, quem sabe, até mesmo com colaborações esporádicas, não é mesmo, Erika?? (Sim, isso é quase uma ameaça!).

A decisão da saída da Erika já havia sido tomada há algum tempo. Mas demorei para escrever este post com a esperança de ela mudar de idéia. Aliás, ainda dá tempo, hein, moça! rs...

Enfim, foi bom enquanto durou. Mas acabou.


Clara Araújo

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Quem tem medo da gripe suína?

Desde abril não se fala de outra coisa. A gripe suína é o hit do momento e já dura mais do que uma estação. E o desespero se instalou na nação brasileira. Tem gente dizendo que há filhos de médicos sendo isolados em sítios, que ir a shoppings pode ser letal e que nunca se viu doença tão perigosa como essa. Tem gente até distribuindo máscaras para a torcida em um jogo de futebol!!!

Bem, façamos como Jack e vamos por partes.

Conversei com dois especialistas da Universidade Federal Fluminense sobre o assunto: com o mestre em Ciências Médicas, Luiz Sérgio Keim, professor adjunto do Departamento Medicina Clínica da Faculdade de Medicina; e com a professora Rita de Cássia Coubel, do Departamento de Microbiologia e Parasitologia do Instituto Biomédico. Ambos esclareceram muitas dúvidas sobre a gripe do porco, e o resumo da ópera é o seguinte: não há motivo para pânico.

O professor Keim afirma que a humanidade convive com a influenza praticamente desde que o mundo é mundo. Ele explica que há mais de 200 tipos de vírus da gripe espalhados por aí. E que todos os anos existem pequenas epidemias da doença no mundo todo, principalmente no inverno. "A gripe não é uma novidade. Só que nunca demos importância a ela", lembrou o professor.

Esse fato fica claro ao analizarmos dados do Ministério da Saúde. Segundo o Ministério, em 2002, 70 mil pessoas foram internadas com gripe. Ano passado, foram 25 mil. O professor Luiz Keim afirmou também que em 2002 morreram cerca de 104 mil pessoas morreram por complicações da gripe. Em 2009, mesmo com a gripe suína, este número não passa de 4000.

A diferença da gripe suína para outros tipos de gripe está nas vítimas fatais da doença. Enquanto a gripe comum costuma matar, em sua maioria, idosos, a suína tem matado também crianças e mulheres grávidas. "E este é o grande mistério da nova doença", disse a professora Rita de Cássia.

A professora afirmou também que, assim como não há motivo para pânico, também não podemos fingir que nada está acontecendo. "É preciso ter cautela e aprender a se precaver", lembrou.

Então, quais são os cuidados que devemos tomar?

  • Evite ficar em locais fechados, sem ventilação. Sempre que possível prefira janelas e portas abertas ao ar condicionado;
  • Lave bem as mãos com água e sabão. "O famoso alcool em gel não é eficiente para desinfectar", afirma o professor Luiz Keim;
  • Beba bastante líquido;
  • Mantenha uma alimentação saudável.
O uso de máscaras cirúrgicas só deve ser feito por pessoas que têm a doença e por aqueles que forem tratar diretamente com essas pessoas. Se você não está doente e ficar usando máscara, aí sim poderá pegar alguma coisa.

Como vocês puderam perceber, os cuidados para se evitar a gripe suína são os mesmos que devemos ter para evitar qualquer doença respiratória transmissível. Então, se você tem medo da gripe suína, não precisa se assustar. E lembre-se que moda é assim mesmo. Daqui a pouco surge outra coisa mais interessante e a gripe do porco vai estar totalmente "out".

Abraços,


Clara Araújo

terça-feira, 28 de julho de 2009

Tristeza: - Cansei de ser vilã!

O inicio do século XXI pode ser traduzido por uma simples palavra: busca. O mercado da busca se tornou extremamente lucrativo, um claro exemplo é a internet, diversas empresas milionárias se desenvolveram com este princípio, é o caso do Google, Yahoo e Cadê. Mas a “procura” não está só no campo do conhecimento, da estética e nem do financeiro. Todos estes fios convergem para um único ponto, que culmina no ideal de todo ser humano: a busca pela felicidade.
Vale qualquer coisa no combate a tristeza, desde livros de auto-ajuda à remédios antidepressivos. O psicólogo e autor de Repensando a felicidade Edward Diener é defensor da teoria de que as pessoas mais felizes vivem mais (por ter sistemas imunes mais fortes). Diener concluiu com base em pesquisas cientificas: “ser feliz demais não é bom. O contentamento em excesso torna as pessoas menos capazes, menos saudáveis, menos atentas a riscos.”.
Além do pragmatismo de Diener, há uma questão de essência: “Cedo ou tarde na vida, cada um de nós se dá conta de que a felicidade completa é irrealizável. Assim como a reflexão oposta: que também é irrealizável a infelicidade completa. A dualidade está na condição humana, que é contra qualquer infinito”, disse o escritor italiano Primo Levi.
Há ainda uma outra forma de entender o valor da tristeza diante da felicidade. Só conseguimos ter a percepção de um sentimento em comparação com outros estados de ânimo. É a variação do humor que nos causa espasmos de alegria ou tristeza. “Felicidade em excesso é indesejável porque leva a uma capacidade menor de apreciá-la,” afirma Stuart Walton, autor de Uma História das Emoções.
Os obstáculos que aparecem em nossos caminhos, nem sempre devem ser vistos como impedimentos ou certeza de fracasso. O mais pessimista e contundente filósofo do século XIX Friederich Nietzsche dizia ao apontar para o valor da adversidade: “O que não me mata me torna mais forte.” O psicólogo Jonathan Haidt, da Universidade da Virginia (EUA) e autor do livro A Hipótese da Felicidade, retoma o que disse o apóstolo Paulo em sua Carta aos Romanos: “O sofrimento produz resistência, a resistência produz caráter e o caráter produz fé”, para defender a sua teoria.
Segundo Haidt, nós somos seres viciados em contar histórias. O que sabemos sobre nós mesmos é um relato que escrevemos, escolhendo o que lembrar do passado e o que projetar no futuro. E quanto mais adversidades melhor se tornam as nossas histórias. É só pensar em qualquer narrativa literária inclusive mitos religiosos, cujos protagonistas são Buda, Jesus, Maomé, ou numa novela, em que o “herói” da trama sempre passa por provações e sofrimentos. O que torna o protagonista um herói é justamente a superação de todos os desafios lançados.
É claro que os traumas, assim como podem glorificar, também podem estragar uma vida. Crianças são especialmente suscetíveis. Algumas pesquisas mostram que a melhor época para enfrentar um grande desafio, é a que vai do inicio da adolescência até os 20 e poucos anos --a probabilidade do episódio servir de estímulo, em vez de paralisia é maior.
A teoria evolucionista também aparece para ressaltar os sentimentos ditos negativos, como essenciais para a manutenção e evolução de uma espécie. Imagine um homem da pré-história, saindo extremamente feliz e despreocupado para dar um tour pela floresta. No mínimo se esse ancestral existiu, ele morreu devorado por um animal selvagem. O que sobreviveu e deu origem a espécie humana, foi aquele preocupado, atento e por vezes angustiado. É assim com todos os animais, o estado de tensão é uma condição necessária à vida.
Além disso, sentimentos como culpa, vergonha e arrependimento são fundamentais para a convivência harmoniosa entre indivíduos. São tais estados de ânimo que propiciam a legitimação das normas e regras sociais.
Do contrário seria um caos completo, resultando no aniquilamento do mundo tal qual o conhecemos. Um ponto curioso é o da angústia e a capacidade de criar. Vários artistas e pensadores foram estimulados pela depressão, angústia ou tristeza. É o caso de Woody Allen, que diz ter dirigido dezenas de filmes sob o estado de melancolia; Elis Regina, a maior intérprete da MPB, sofria de bipolaridade alternado estados de depressão e euforia; Ludwing van Beethoven era um infeliz crônico. “De acordo com Luiz Alberto Haten, vice-presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria é durante as fases de dor e depressão que surgem as produções mentais, os questionamentos, que não povoam a vida mental habitual.”
A sabedoria da filosofia chinesa resume pelo princípio Yin-Yang de duas forças complementares, toda a discussão do texto. O yin é o principio passivo e o yang o ativo. Segundo a lenda, o melhor estado para todo o universo, é representado pelo yin-yang. A leitura do símbolo traduz uma interdependência necessária de duas forças opostas que gera o equilíbrio. Por exemplo, não existiria o alto, se não fosse o baixo. E quanto mais alto for o alto, mais baixo será o baixo. O yin-yang reflete exatamente que o homem não deve pautar sua busca no estado de felicidade plena, mas sim no de equilíbrio. E que não deve encarar o medo, a raiva, a culpa e a tristeza como “vilões” da sua trajetória de vida, uma vez que são ferramentas fundamentais para fazer de nós heróis de nossas próprias histórias.

Beijos

Boa Reflexão!

Jaque Deister

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Who's dead?



Gente!!!

Michael Jackson morreu!

Ok ok, você deve estar pensando: "lá vem o Aliás falando de notícia velha". E, nesse caso, notícia velha e que ninguém aguenta mais ouvir falar. Mas é isso mesmo. Tenha paciência: vamos falar de Michael Jackson!

Assim como a vida, a morte do "Rei do pop" foi recheada de informações truncadas, fala-fala, diz-que-me-disse e outras bizarrices como Joe Jackson, pai do cantor, aproveitar uma coletiva de imprensa - que seria para falar da morte do filho - para anunciar o lançamento de sua gravadora.

Além disso, o anúncio da morte do cantor mobilizou o mundo conectado e conseguiu congelar a internet. No Twitter, por exemplo, no dia em que Michael morreu, houve uma enxurrada de informações e as tags mais usadas foram: #MJ's, #Michael Jackson, #RIP MJ, e coisas do tipo. Tags são tipo um rótulo criado pelos próprios usuários para classificar suas postagens.

Agora, falando do fuenral, fui só eu ou mais alguém também teve a impressão a família Jackson estava um tanto quanto teatral, para não dizer "plástica"? Sinceramente, posso estar sendo insensível, mas nem o discurso da filha dele me convenceu.

E será que fui só eu também que achou que uma das poucas partes não ensaiadas do espetáculo televisivo de ontem foi a fala do diretor da Motown, que relembrou quando conheceu Michael e que disse: "No dia em que ele fez o moonwalk, ele voou para o espaço. E nunca mais voltou." Ok. As palavras dele não foram bem essas. Mas o que ele disse foi isso.

Sei que Michael Jackson era ídolo no mundo todo, mas não sei até que ponto o espetáculo que as pessoas fizeram com a morte dele foi movida pela comoção. Acho que o din din falou bem alto nessa história também.

Artista como poucos, espero que Michael descanse em paz, vire purpurina, estrela, ou qualquer coisa do tipo, e que, finalmente, nos deixe descansar também.

Amém.



Clara Araújo

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A necessidade do diploma


O fim da exigência do diploma de jornalismo foi a maior "rasteira" que a população brasileira pôde receber. Não afeta só os profissionais e estudantes de jornalismo, mas principalmente a sociedade, que se engana ao acreditar na "maquiagem" feita pelo STF de que o fim da obrigatoriedade do diploma levará a liberdade de informação e de expressão.

Excelentíssimos Ministros, que liberdade é essa que sempre privilegia os que estão no poder?

Todos estão cansados de saber que Brasília faz "vista grossa" para os "grandes".

Vocês sabiam que diversas concessões de emissoras de rádio e televisão estão vencidas há anos e ninguém faz nada? Vocês sabiam que cerca de oito - e nós dissemos O I T O ! - familias controlam a comunicação no Brasil? E que o Congresso não se impõe para criar uma política que regulamente os meios de comunicação no Brasil?

E depois o Supremo vem com esta histórinha de liberdade para o exercício do jornalismo...Exigir a qualificação acadêmica para exercer o Jornalismo não é sinônimo de cerceamento da expressão, mas de reconhecimento e de respeito profissional.

Cercear a expressão é permitir que a comunicação no Brasil se concentre cada vez mais nas mãos de grupos privilegiados sócio-economicamente, é tratar como ilegais TVs e Rádios comunitárias, é fingir que o dinheiro e as vendas não comandam a maioria das pautas jornalísticas!

Esta liberdade de informação que acata, de pernas abertas, aos interesses de uma minoria: nós não queremos!

PELA OBRIGATORIEDADE DO DIPLOMA DE JORNALISMO! PELA REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL!

ATENÇÃO, CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS!

VAMOS NOS MOBILIZAR GALERA!!! SE NÃO LUTARMOS PELO NOSSO, QUEM VAI LUTAR?

JORNALISTA SEM DIPLOMA É IGUAL PAÍS EM COMA!

PASSEATA SIMULTÂNEA COM SP, DF, TERESINA E CAXIAS DO SUL

DIA : 22.06.

HORÁRIO: 10H

LOCAL: CONCENTRAÇÃO EM FRENTE AO PRÉDIO DA ABI E SEGUIREMOS PELA RIO BRANCO ATÉ O PALÁCIO TIRADENTES

TRAJE: ROUPA PRETA (PREFERENCIALMENTE) .

LEVAR UM DIPLOMA E UM APITO.



Clara Araújo, Erika Vettorazzo e Jaqueline Deister

terça-feira, 16 de junho de 2009

Pio!


Cada dia mais o Twitter - ferramenta internética que permite aos seus usuários trocarem informações em frases de apenas 140 caracteres - tem se tornado um importante meio na difusão da informação.

Antes restrito aos internautas mais ligados nas novidades da rede, agora o microblog agrega seguidores de todos os gêneros. Todo mundo - políticos, celebridades, jornalistas e "pessoas comuns"- que quer ter um bocadinho de fama, se mostrar antenado nas novidades e, de quebra, ter sua mensagem lida por gente das mais diferentes espécies, entra para a turma do passarinho.

Este post sobre o Twitter está para ser escrito a um certo tempo. Mais precisamente desde o dia 24 de janeiro, quando passei a utilizar o serviço. E jogo minhas mãos para o céu por ter esperado para fazê-lo. Se tivesse escrito antes, este seria um texto anti-twitter. Explico.

Na primeira impressão, o Twitter confunde e assusta. São frases truncadas recheadas de links diferentes que não dizem muita coisa para o internauta menos curioso. Nada parece fazer sentido e aquela página que se atualiza a cada minuto (dependendo do número de pessoas que você acompanha) mais atrapalha do que ajuda. Mas, quando se começa a entender o funcionamento da coisa, tudo se encaixa.

É impressionante o tanto de informação que não sai na mídia que se é capaz de obter através de lá. Por exemplo: eu fiquei sabendo antes que muito jornalista que a Faculdade de Educação da UFF havia sido assaltada. No roubo, foram levados computadores, aparelhos de TV, DVD e Datashow, sem que ninguém percebesse...

Fora isso, os usuários do Twitter fazem mobilizações, como a de apoio ao povo iraniano e sua eleição maluca. Além disso, há sempre a possibilidade de trocar informações com pessoas que se admira. O apresentador Marcelo Tas, a cantora Maria Rita e o presidente norte-americando Barack Obama fazem parte da lista de personalidades acessíveis pelo microblog.

Empresas jornalísitcas ou não também já entenderam a importância de ter um perfil no Twitter. CNN, Google e GM estão por lá. A GM, aliás, promove um chat com Fritz Henderson, o chefe da empresa, para falar sobre a reestruturação da montadora americana.

Assim como qualquer novidade que traz a possibilidade de se comunicar e de aparecer, o Twitter pode ser totalmente besta e inútil. Mas, sabendo usar, dá pra fazer muita coisa interessante por lá.

Ah! Caso interesse para alguém, meu perfil no Twitter: @claraaraujo


Abraços,


Clara Araújo

terça-feira, 9 de junho de 2009

Será que ele é?



Meninas desatualizadas, atenção!

O fato que tratarei neste post é bombástico, embora, ao que me pareça, não muito novo.

Estão preparadas??

Então, lá vai.

Dizem por aí que aquela maravilha da natureza entitulada Reinaldo Gianecchini é gay.

Ok ok, vocês devem estar pensando no que se transformou este blog: fofoca, dia-a-dia das celebridades? Mas, se você que nos lê é mulher e também acha que o Gianecchini é a perfeição em formato de homem entende a importância dessa notícia.

Voltando ao ponto que interessa.

Diversos blogs e outros locais onde o achismo corre solto comentam o tema. Dizem até que o casamento dele com a Marília Gabriela era de fachada. Dizem também que a própria Gabi confirmou a história.

O fato é que Gianecchini é constantemente visto em baladas gay em São Paulo e no Rio. Ele mesmo admitiu o gosto por festas GLS em reportagem da resvista DOM. Além disso, os rumores de que ele e o "ator" Miro Moreira são mais do que amigos rondam todas as rodas de fofoca.

Dizem, inclusive que, se no programa "Casa dos Artistas" o marido da cantora Syang tentou invadir os estúdios com ciumes da mulher, agora em "A Fazenda", reallity show da TV Record, quem faria isso seria Gianecchini, em defesa do amigo Miro.

Em resumo, estou besta. Perdi o chão e fiquei pensando o que será do mundo se todos os homens bonitos forem gays. Para onde vai a idéia do símbolo sexual do mecânico meio ingênuo e sempre sujo de graxa vivido por Gianecchini na novela "Belíssima"?

Só para completar a história, na edição da revista Junior - voltada para o público homossexual - o autor de novelas e gay assumido, Gilberto Braga, defende a postura dos galãs de TV que preferem manter sua opção sexual em sigilo. “Se as mulheres souberem que um galã é gay, a ‘passarinha’ vai deixar de cantar".

Será por isso que Giane mantém a pose?


Abraços,


Clara Araújo

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A morte da "Lite FM do Rio"


É de luto e com muita tristeza que escrevo sobre o que aconteceu no dia 1º de junho. Não foi o desaparecimento do Air Bus 447 da Air France. Claro que o acidente com o voo foi uma tragédia e lamento pela morte dos que estavam no avião. Mas destino o meu pequeno espaço de hoje para comentar sobre a perda que o Rádio Carioca sofreu esta semana. No último domingo a ANTENA 1 deu o seu adeus aos ouvintes do dial.

A emissora estava no ar há 28 anos e se caracterizava como uma das principais no segmento da chamada rádio contemporânea, nas quais estão atualmente a MPB FM, PARADISO e JB FM . O fim da ANTENA 1 no dial e a sua migração para a rádio-web, me deixa preocupada em relação ao destino das FMs no Rio de Janeiro.
O arrendamento da ANTENA 1 pelo Grupo dos Diários Associados da qual faz parte a SUPER TUPI AM e a NATIVA FM, pode significar a ponta de iceberg de proporções gigantescas para ao futuro do Rádio no Brasil.
Todo este processo que culminou no fim da Lite FM, apontou uma estratégia “suja” que espero, sinceramente, que não se torne popular. No antigo dial da emissora carioca (103,5MHz) está operando a NATIVA FM, que anteriormente era transmitida em (96,5MHz) e neste dial está atualmente a SUPER RÁDIO TUPI AM. A questão fundamental não é o conteúdo veículado pela TUPI, até porque a discussão extravasa a ordem da programação, o problema é que a emissora está operando ilegalmente.

A transmissão da TUPI AM é a mesma da FM, eu disse A MESMA. A concessão do dial 96,5MHz é ilícita e deveria ser cassada. Se o nosso país de fato se preocupasse em regulamentar o setor das comunicações, não deixaria existir esta grande “feira” onde cada empresário faz o que quer com o dial e o resto que se contenha com a “xepa” da internet.

O jornalista Alexandre em artigo publicado no RadioRJ critica a “aemização” das FMs e relata como ocorre o superfaturamento ilegal das emissoras envolvidas:
“As duas rádios trabalham como uma só, mas o proprietário, na hora de pedir empréstimo aos bancos, pede um valor em dobro, a título de duas emissoras diferentes, o que significa que apenas 50% do dinheiro solicitado é realmente investido na rádio.”
Acho melhor contar este “segredinho” de como funcionam as transações politicas e econômicas dos meios de comunicação para a ANATEL, para o Sr. Ministro das Comunicações Hélio Costa e para o Sindicato dos Radialistas (afinal quem fica desempregado?). Contudo, para as instâncias responsáveis por ditar as regras do setor tudo está na total PAZ E AMOR, como dizem meus amigos hippies...

O que é isso Hélio Costa? “AUTO-REGULAMENTAÇÃO DO MERCADO? LIBERDADE DE INFORMAÇÃO? PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS? CIDADANIA? AH...JÁ SEI: DEMOCRACIA!”

Aos amantes de rádio: meus pêsames!


JAQUE DEISTER

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Fé demais



Pessoas, depois de uma longa jornada de trabalhos incessantes da faculdade, estou de volta.

E eu volto trazendo comentários sobre notícias velhas: o presidente paraguaio Fernando Lugo, a boa vida de nossos parlamentares do planalto central e a gripe suína. Tudo isso numa tacada só, que é para compensar o atraso.

Pela ordem.

Parece piada pronta e nem é no Brasil. O presidente do Paraguai e ex-bispo católico, Fernando Lugo, é acusado por três mulheres diferentes de ser pai de três crianças. É quase um trava língua!

E como não é só brasileiro que ri da própria desgraça, segundo notícia da BBC Brasil, essa história dos possíveis filhos do presidente já virou piada entre os paraguaios.

De acordo com a matéria, um grupo de cucho (música típica de nuestros hermanos) gravou uma música chamada "Lugaucho" que diz o seguinte no refrão: "Lugaucho tem coração, mas não usou condón". "Condón", em espanhol, quer dizer "preservativo".

E como diria o Zé Simão, o presidente Lugo é o Bispo Papão!

E se dizem que comunista come criancinha, está provado que os bispos as fazem.


Assunto 2: vida mansa em Brasília.

Mais uma vez, é rindo para não chorar que eu leio as notícias sobre passagens aéreas e "transparência" na vida de nossos parlamentares.

Os caras ganham rios de dinheiro para trabalhar de terça à quinta, recebem auxílio para tudo, e agora querem receber aumento para que seus trabalhos e ganhos sejam feitos e mostrados com transparência (e honestidade??). Houve até o caso - ridículo, ao meu ver - do senador que chorou em plenário dizendo que, sim, morava em Brasília, mas precisava receber o auxílio-moradia por que o valor do condomínio onde mora é muito alto! Pobrezinho!

É Brasília, sempre trazendo notícias incríveis.


Agora, a gripe suína.

Eu, como boa palmeirense, acho, sinceramente, que essa gripe é coisa de corinthiano.

Mas, piadas bestas à parte, eu me pergunto: a gripe suína, ou gripe A, está alarmando o mundo e a OMS fica em pandarecos tentando entender o que está acontecendo. Ao todo, a doença atinge 33 países e já matou 61 pessoas. Agora, quantas pessoas morrem na África, por dia, de malária, por exemplo? Milhares? E quem fica sabendo disso? E qual mídia faz alarde com o assunto??

Enfim, pessoas, a coisa tá feia. Tá tão feia que quanto mais a gente mexe, pior é o cheiro.


Abraços,

Clara Araújo

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Bundas e Tetas


O que é o que é: uma mulher de meia idade espremida numa calça de couro preta?

Nada?

Tá. E se eu disser: mulher loira platinada de meia idade, com uma
calça de couro preta e um sutiã em formato de cone, com um
penduricalho em cada "mamilo"?

"Ah-ha! É a Madonna!!!!"

Não. Acoooorda menina! É a Ana Maria Braga em plena rede nacional. (Dã!)

Pois é, pois é... Tal atrocidade do bom senso televisivo aconteceu na
semana passada e foi devidamente realçada durante o programa CQC desta
segunda, no bloco Top Five.

Não acho errado a Ana Maria Braga fantasiar em ser a chamada "rainha do pop". Muito menos acreditar que fica sexy, ou minimamente bonitinha, numa roupa três números menor que o dela. Só acho um absurdo a Rede Globo de Televisão julgar aceitável que a gente assista isso!

E em plena aurora!

Cheguei a imaginar a cena de uma telespectadora ligando a televisão, desavisada tadinha. Ouvindo a abertura do programa enquanto coloca o Nescau no copo de leite... dá uma mexidinha e quando vai lamber a colher molhada levanta a cabeça e se depara com a cena... Congela, de
boca aberta e com a língua pra fora. Pronto, lá se foi seu café da manhã tranquilo e saboroso...

Você deve estar se perguntando "mas porque diabos o título do post é Bundas e Tetas?"

Porque o show de horrores da televisão brasileira não acabou por aí, caro leitor.

Ao lado de Ana Madonna Braga, entre as 5 atrocidades escolhidas pela produção do CQC, estava o Sílvio Santos, com sua nova meta: fazer o telespectador falar o que ele, por questões éticas, não se permite dizer.

Ele conseguiu a façanha de exibir em um de seus fabulosos programas de auditório, dezenas de pessoas repetindo sem o mínimo pudor as palavras "bunda" e "teta". Isso após uma manobra cara de pau de quem joga sujo por audiência. Ele fez a perguntinha mágica: Pode falar bunda/teta na televisão, gente? E a platéia, com seu ego massageado, pensando "isso que é interatividade" respondeu que sim, lógico.

Quem não quer falar coisas impróprias no ar sem ser abafado pelo píííí? Aliás, se agora é a platéia quem escolhe democraticamente o que pode falar, esse "pí" já era, certo?

Agora me digam, eu sou cri-cri demais ou tem alguma coisa errada nessa televisão?

E mais, seriam esses "eventos" mais um motivo para questionar a escolha das emissoras pelo conteúdo de seus canais? Afinal, até hoje não me responderam quem veio primeiro: o péssimo
gosto da maioria dos expectadores ou a imposição disfarçada de conteúdo ruim por parte da "TV"... Eu voto pela galinha.


Para quem gosta de sofrer, segue o vídeo do Top Five de 20/04:



Erika Vettorazzo

sábado, 18 de abril de 2009

A identidade "secreta" é revelada















Na foto acima: momento de "embate filosófico" da equipe durante o aniversário de Clarinha.
Olá galera,

Resolvemos encarar o momento revelação.
Bom, revelação para aqueles que leem o nosso ALIÁS e não conhecem a cara das "senhoritas" de Guaratinguetá, Petrópolis e Rio de Janeiro que neste Blog tentam dar os seus pitacos sobre os mais diferentes assuntos!


Equipe do Blog Aliás

Da esqueda para a direita: Maria Clara Araújo, Jaqueline Deister e Érika Vettorazzo.

Abraços.

Jaque

domingo, 29 de março de 2009

"A batalha dos Tabajaras" pelo O GLOBO

As páginas da editoria Rio do jornal O GLOBO desta semana foram recheadas com os tiroteios e perseguições na Zona Sul, provocados pela invasão da PM a Ladeira dos Tabajaras. De acordo com a polícia, os traficantes da Rocinha invadiram a Ladeira dos Tabajaras no último sábado para tomar os pontos de venda de drogas.

Quero chamar a atenção não para o fato em si, mas para a forma como o jornal reportou o incidente. O GLOBO de terça feira( 24 de março) publicou uma foto que deve ter passado despercebida para boa parte de seus leitores, no entanto, a legenda e a foto em si reinteram uma atitude de violência da polícia que há muito tempo é criticada por acadêmicos e pela própria comunidade carente.

A foto ao lado é do fotojornalista André Teixeira e a legenda consta: "PMS DOMINAM um traficante que teria saido da mata e tentado escapar pelas ruas da Fonte Saudade." (as palavras em caixa alta, estão exatamente assim no jornal).

O que eu questiono e espero fazer com que, você leitor do Aliás, também questione, são os valores reproduzidos pelo jornal. Na foto, os três policiais estão pisando na cabeça e no tronco do suposto criminoso, além de estar com o fuzil apontado para a sua nuca. A legenda aponta o "dominado" como sendo de fato um "TRAFICANTE". Quem garante? A polícia? Essa mesma polícia que há sete anos atrás legitimou o covarde assassinato do estudante Hanry Silva Gomes de Siqueira, 16 anos, ao justificar que o jovem era um traficante e teria reagido a uma incursão policial no Complexo do Lins? Quantas mães ainda terão que sofrer e terão a mesma garra que Marcia Jacinto? Que estudou Direito, investigou por conta própria e provou que o seu filho foi assassinado injustamente por PMs.

A polícia tem uma função social que sem dúvida deve ser valorizada: Reprimir a criminalidade e manter a lei. O problema é a maneira como ela tem agido e o pior: o perigo que é a imprensa "comprar" o discurso da polícia e em consequência o jornal vender este discurso e você acreditar.

Quais seriam as fontes que legitimam que o homem ao lado seja um traficante?

Quantas "Marcias" terão seus filhos acusados indevidamente como criminosos pela polícia, pela mídia, lutarão e mais tarde serão recompensadas com o PRÊMIO FAZ A DIFERENÇA do jornal O GLOBO? Eu espero que NENHUMA.

REPENSE E QUESTIONE, POIS DESSA MANEIRA VOCÊ TAMBÉM FAZ CIDADANIA.



JAQUE DEISTER

Nós que aqui estamos, por vós esperamos



Pílula para a mente:

Assisti um documentário que merece ser visto por TODOS. Na verdade não é questão de merecimento e sim de necessidade, é uma verdadeira aula de História sobre o século XX. NÓS QUE AQUI ESTAMOS, POR VÓS ESPERAMOS (1998) é um filme brasileiro dirigido por Marcelo Masagão e premiado no Festival de Gramado (1999) e Festival de Recife. O diretor constrói um mosaico da História da Humanidade no século passado baseado em pilares como a psicanálise, as guerras, as revoluções tecnológicas, a religião e a esperança.

A pesquisa realizada para a produção do documentário é de tirar o chapéu. São trechos de filmes clássicos como de Dziga Vertov, que retratam o impacto das indústrias na sociedade moderna, arquivos de imagens de fotógrafos como Sebastião Salgado e Robert Capa que mostram o lado obscuro do desenvolvimento do capitalismo: as guerras, o homem reduzido a condições animalescas e a crença na esperança. Toda a contradição que foi o século XX foi montada em uma narrativa simétrica, ao som de Win Mesten, com fragmentos textuais de importantes pensadores.

Delicie-se com uma viagem pelos paradigmas do século XX e descubra a associção do nome do filme com um lugar para lá de inusitado no interior do Estado de São Paulo, que amarra a obra com chave de ouro!

***Trechos do filme:

“Há três tipos de déspotas:
O que tiraniza o corpo: O Príncipe;
O que tiraniza a alma: O Papa;
E o que tiraniza o corpo e a alma: O Povo”

Oscar Wilde

“O homem criou as ferramentas e as ferramentas recriam os homens.”

Marshall McLuhan

“Yuri Gagarin-O PAI- um camponês na União Soviética que conheceu a eletricidade em 1931; Yuri Gagarin- O FILHO- primeiro homem a viajar para o espaço em 1961”.

Beijos
Jaque Deister

sexta-feira, 27 de março de 2009

Salvem as sacolas!



De uns tempos pra cá, os ativistas de plantão e os jornalistas eco-chatos resolveram traçar um novo vilão da natureza: as sacolinhas de supermercado.

Segundo pesquisas, essas destruidoras do planeta demoram cerca de 300 anos para se decompor e, se pensarmos na quantidade existente delas no planeta, em breve, viveríamos sobre um mar de plástico.

Ok. Elas causam danos.

Mas, não acredito que o fim delas seja menos danoso. Afinal de contas, se pararmos de levar essas sacolas para casa, onde colocaremos nosso lixo? Em sacos de papel? Ou teremos que comprar sacos plásticos no supermercado para isso?

Sinceramente, acho que mais importante que fazer campanhas para o fim das sacolinhas é brigar para que elas sejam feitas com componentes biodegradáveis. Ou seja, que demorem menos tempo para se decompor e que, na decomposição, não agridam o meio-ambiente.

Aliás, deveríamos brigar também para que essas sacolas passassem por um rigoroso teste do Inmetro. Por que basta ter que carregar 2 litros de leite para casa para termos também que levar, no mínimo, duas sacolinhas para casa. Caso contrário, o leite das crianças ficará pela calçada.

Então, juntem-se ao meu coro: "Por favor, salvem as sacolinhas!"

Abraços,

Clara

domingo, 8 de março de 2009

Flagrante!






Dou a minha contribuição ao sacode da Clarinha no Prefeito de Niterói, só que no sentido de atentar as irregularidades absurdas as quais os moradores da cidade são sujeitos a conviver diariamente. Estas fotos trazem apenas um "humilde" exemplo do ponto que chega a falta de educação dos motoristas, sem distinção como vocês podem perceber leitores! "Manter a lei é atividade se-se-se-secundária do Exército"

Espero não me deparar com flagrantes de total desrespeito como esse novamente, principalmente vindos de organismos que são responsáveis por estabelecer a ordem e resguardar a sociedade civil.


**As fotos foram retiradas ao lado do Estádio Caio Martins, na rua Presidente Back, no bairro de Icaraí-Niterói-RJ

Jaque

quarta-feira, 4 de março de 2009

Carta aberta ao prefeito de Niterói


Carta aberta ao excelentíssimo Sr. Prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira.


Caro Senhor Prefeito.

Não sou sua eleitora. Nem mesmo voto em Niterói. Porém, resido nesta cidade há dois anos. Portanto, há dois anos pago meus impostos aqui. IPTU, luz, água, compras de necessidade básica e outras nem tanto, tudo é feito e pago nesta cidade que escolhi para cursar minha faculdade.

Sou apaixonada por esse lugar que, apesar de não ter nascido aqui, considero como meu. Adoro sua paisagem, seu clima, suas pessoas. Porém, Sr. Prefeito, eu, assim como tantos outros moradores do bairro do Ingá, sofremos a tempos com um problema sério de (in)segurança.

No último domingo, dia 1° de março, por volta das 17h, eu voltava do shopping com uma amiga. Estávamos a pé. Ao virarmos a esquina da rua Visconde de Morais com a Andrade Neves fomos abordadas violentamente por uma menina que estava sentada ali. Ela me agarrou pela blusa e nos obrigou a dar para ela nosso dinheiro e celulares. A menina, que devia ter no máximo 15 anos, tinha uma faca e estava obviamente drogada.

Em frente ao local no qual fomos assaltadas existe um cortiço. Na hora em que houve o assalto, havia várias pessoas sentadas na varanda da “casa”. Essas, mesmo vendo que estávamos sofrendo uma violência, não fizeram nada. Isso por que é sabido de todos que algumas das pessoas que moram ali são também assaltantes.

Não tenho provas dessa minha acusação. Mas tenho o meu conhecimento como moradora e o depoimento de pessoas da região e pedestres que passam por ali, todos os dias, com medo. Essas mesmas pessoas também podem confirmar que, várias vezes, uma viatura policial para em frente a esse cortiço. Depois, um policial desce, entra na casa e sai, com um sorriso no rosto.

Já fui assaltada duas vezes na Visconde de Morais. E eu posso relatar, no mínimo, mais uns 10 casos de assalto a pedestres que ocorreram ali. Certamente, os porteiros dos prédios dessa rua também tem uma lista enorme de casos para contar.

Das duas vezes em que fui assaltada, liguei para o 190 para ver se alguma viatura poderia ir para lá fazer uma ronda e, quem sabe, recuperar o que eu havia perdido. Nas duas vezes, não vi nem sombra de polícia no local.

No final do ano passado, um abaixo-assinado circulou pelos prédios do Ingá pedindo mais policiamento no local. No entanto, apesar das várias assinaturas, nada mudou.

Como disse, Senhor prefeito, não votei no senhor, pois não voto em Niterói. Mas, tive a oportunidade de, ano passado, viver a campanha eleitoral na disputa pela prefeitura. E eu me lembro de ter ouvido uma propaganda eleitoral em que o senhor dizia precisar de apenas 2 meses para dar um susto na cidade.

Pois bem. Dia 1º de março o senhor completou dois meses em sua nova gestão como prefeito. E o susto que eu e minha amiga levamos neste dia não foi nada agradável e nem original.

Esta carta fala apenas em meu nome e no de minha amiga que estava comigo no último domingo. Mas tenho certeza que várias outras pessoas tem o mesmo sentimento expresso nela. E tenho certeza também de que algo deve e será feito para mudar esta situação.


Maria Clara Araújo

estudante da Universidade Federal Fluminense

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Das mulheres tanque


É, pessoal, começou o ano! Agora, como diz o sábio guru José Simão, estamos vivendo o insuportável intervalo entre o carnaval e o reveillon. Mas, mesmo com o fim da folia declarada e do inicio de nossas atividades, eu, atrasada que sou, farei uma breve reflexão sobre o que eu vi desfilando nas avenidas. Vi pela TV, meio picotado, mas vi. E o que eu vi foi o seguinte: após as mulheres esqueléticas, estamos vivendo a era das mulheres-tanque.

Viviane Araújo e Gracyane Barbosa são os exemplos que eu posso citar por que são as que eu sei o nome. Mas existe uma legião de mulheres mega malhadas que desfilaram purpurinadas no Rio e em SP.

Essas mulheres são o reflexo da "geração saúde" que a gente vive. Olhando por esse lado, eu as prefiro em relação às modelos anorexicas tipo Kate Moss. Mas, tanto as magrelas quanto as tanquinho-siliconadas são fruto do excesso de preocupação com o corpo.

Você pode estar pensando: Mas essas moças vivem disso, oras...

E eu te repondo: pobre delas!

Pobre delas que vivem uma vida vazia que só encontra recheio nas academias e clínicas de estética. Pobre delas que não entendem que a vida é mais do que uma panturrilha bem definida. E pobre delas por que, malhando desse jeito, ficam parecendo qualquer coisa, menos mulheres. Ente elas e os travestis da Rua Augusta, não há quase diferença (com todo respeito aos últimos).

Esse texto pode parecer o desabafo de uma despeitada, furiosa por que os meninos preferem as gostosonas. Mas não é. Eu juro!

Abraços,

Clara

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Vai trabalhar, vagabundo!.

Pessoa cansada é fogo. Um ano sem férias efetivas, daquelas de 30 dias, me fazem valorizar ao máximo meus momentos de ócio. E me fazem pensar também nessa necessidade de trabalho incessante que existe hoje em dia.

As pessoas precisam produzir. Sem parar. Folgar virou luxo, quando deveria ser um dever. Porém, o que se vê é que cada vez mais as pessoas fazem mais horas extras, chegam mais tarde em casa e mais cedo no trabalho. Viver pra que?

Meu sonho de estagiária é chegar um dia no trabalho e ouvir: "Pode ir embora! Hoje você não trabalha de jeito nenhum!" Já pensou?? Ao contrário, o que mais se escuta é: "Mas você já vai?". Mesmo que você já esteja cumprindo além do seu horário e que não haja mais nada para se fazer.

Como Chaplin já mostrou linda e poéticamente em "Tempos Modernos", o capitalismo colocou os homens na linha de produção e eles aceitaram. Ficam aí apertando parafusos, mesmo que não existam parafusos para serem apertados. E, ao virar máquinas, perderam sua capacidade de raciocínio e revolta.

Aliás, o que você está fazendo parado aí? Vai trabalhar, vagabundo!



"Prepara o teu documento
Carimba o teu coração
Não perde nem um momento
Perde a razão
Pode esquecer a mulata
Pode esquecer o bilhar
Pode apertar a gravata
Vai te enforcar
Vai te entregar
Vai te estragar
Vai trabalhar"

Chico Buarque





Abraços,

Clara


sábado, 14 de fevereiro de 2009

Enfim: senhorita bolo de carne


E mais uma vez, as pérolas prevalecem...
Por que diabos as pessoas só lembram das gafes?

A pobrezinha da Suplicy, com seu “relaxa e goza”; a lindona da Carla Perez, com seu robby vermelho mais bonito do que o preto; e eu, com meu inocente bolo de carne.

Guardadas as devidas proporções de cada gafe, sinto-me obrigada a fazer um apelo contra essa manobra leviana das memórias oportunamente seletivas. Essas que cismam em perpetuar lembranças difamadoras, mas esquecem das coisas que realmente importam, como o nome do tal gás que sai no peido do boi da postagem anterior, por exemplo.
(A-ha! Te peguei, né?)

Para as pessoas que possuem esse defeito de fabricação sugiro que ajoelhem no milho e rezem 15 ave-marias;
Para você que não conhece essa maldita história do bolo de carne que te persegue desde a postagem com minhas boas vindas: relaxe e goze em seu robby vermelho, porque não é hoje que vou matar sua curiosidade...

Mas quem sabe um dia essa fábula não pinta por aqui, em meio às futuras postagens que prometo fazer freqüentemente e rechear de humor negro e cultura inútil – meus temas favoritos.

Opa, já me prolonguei (inutilmente) demais nesta primeira “aparição” e sequer pus em pauta algum assunto debatível... Acho melhor sair de fininho, antes que me atomatem. (Péééérola!)

Muito prazer para os que não me conhecem, muito obrigada Clarinha e Jaque e até a próxima.

Erika.



Ah, sim! O boi peida metano.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

AS FLATULÊNCIAS BOVINAS



Olá leitores do nosso querido ALIÁS. Vocês estão acostumados com o meu chá de sumiço, não é? Tenham certeza que não é voluntário, como disse a minha amiga Clarinha, que me deu um puxão de orelha por conta disso (muito bem dado..rs), meu tempo está esguio e algumas tarefas que tanto gosto (como alimentar nosso pequeno filhote) acabam ficando para o segundo plano. Fico muito triste com isso, mas espero que vocês me perdoem e me entendam só um “tiquinho”.
O meu retorno será marcado com uma matéria nada convencional que vi esta semana, sobre um animal que tem ocupado bastante espaço no nosso blog : FLATULÊNCIA DOS BOIS E O AQUECIMENTO GLOBAL (O Globo, 11/02). Vamos ser mais específicos: o “pum” dos bois e o derretimento das calotas polares, dá no mesmo.
Pois é, acreditem se quiser, agora nem “soltar pum” os bichinhos podem mais. A moda atual é estimular a população mundial a comer menos carne vermelha, mas não para ter uma vida mais saudável e sim para diminuir a redução dos gases causadores do efeito estufa. Vamos entender melhor.
Se as pessoas do mundo todo reduzirem o consumo de carne vermelha para 400 gramas por semana, haverá uma redução na emissão de metano (gás causador do efeito estufa) na ordem de 10%, o que seria uma economia de U$ 20 trilhões nos custos das mudanças climáticas.
De acordo com os especilalistas da Agência de Impacto Ambiental do país onde é tudo liberado (menos os gases bovinos) Holanda, a criação extensiva de animais tem um grande impacto na natureza. O desmatamento para a criação dos rebanhos, o maquinário utilizado para o cultivo dos grãos que gera gases poluentes e a flatulência são grandes "amigos" das mudanças climáticas.
É minha gente o negócio está complicado. Se até 2050, os hábitos alimentares não mudarem e não descobrirem uma rolha para tapar o pobre do boi, quem ficará arrombado mesmo será a economia mundial, que terá um gasto de U$ 40 trilhões para conter o tão falado Aquecimento Global.
Beijos
Jaque Deister
**desculpe o atraso! :)

Muuuu


Depois da carne e do leitinho das crianças, parece que a vaca pode nos presentear com mais um produto: o refrigerante. Se é verdade verdadeira eu não sei, mas pelo menos é isso o que diz a matéria da Folha de São Paulo:




Agora que a Índia está na moda, pode ser que esse refresco faça sucesso por aqui!


Abraços!



Clara

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Carne nova no pedaço!


Os mais atentos talvez já tenham percebido que no canto direito dessa tela que vos "fala" existe uma novidade.
Sim sim sim! O Aliás agora tem uma nova colaboradora: Senhorita Erika Vettorazzo.
Deixem-me então fazer as honras da casa.
A Erika também estuda jornalismo na UFF e também está no sexto período, junto comigo e com a Jaque.
Dona de expressões que só ela é capaz de dizer, a filha caçula dos Vettorazzo tem um senso de humor e um senso crítico muito particulares, além de escrever bem pra caramba. Apesar disso, ela jura que não quer ser jornalista e anda se encantando com a fotografia.
Bom, Dona Erika, seja bem-vinda ao nosso blog!
E agora que eu já babei seu ovo, bora trabalhar, mulher!!!
hahahahahahaha...

Abraços!

Clara

P.S: A imagem do post parece não fazer sentido, mas quem convive com a Erika certamente entendeu!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Quero ser José Simão.


Que me perdoem pela péssima paráfrase do título do ótimo filme escrito por Charlie Kaufman e dirigido por Spike Jonze, "Quero ser John Malkovich". Mas, há anos, leio a coluna de José Simão, e, há anos, quer sê-lo.
O cara tem um humor e uma inteligência fantásticos. Fora que, bom jornalista que é, está sempre super antenado.
Vou reproduzir aqui um pedacinho da coluna dele de hoje, dia 24 de fevereiro.
"
E a versão brasileira do slogan do Obama, "Yes we can!" -"YES, WEEKEND!". E a Globo devia lançar o Viagra indiano: encantador de serpente, levanta até corda! E adoro a Gloria Perez (ia escrever Carla Perez, imagine) porque ela carnavalizou o Marrocos. E vai carnavalizar a Índia.
Parece o sambódromo. A Índia é carro alegórico! Lavaram a Índia com xampu. Se bobear, brasileiro faz churrasco com vaca sagrada! E amanhã é aniversário de São Paulo. Paulista é tão workaholic que feriado cai no domingo! É que São Paulo não pode parar. São Paulo não pode parar porque não tem estacionamento!"
E segue por aí. Todos os dias. Quer dizer, na Folha, ele não escreve às segundas. Mas, poxa, é muito assunto e muita sacanagem na cabeça pra escrever piada todo dia, não?
Fora toda a crítica envolvida nas piadas dele...
Enfim, quero ser José Simão. Um dia eu chego lá!

Clara

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Choque de ordem


Uma das principais promessas de campanha do atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o chamado “Choque de Ordem”, começou a ser colocada em prática essa semana.
Nas palavras do secretário municipal de ordem urbana, Rodrigo Bethlem, essas medidas tem o caráter de devolver aos cidadãos os espaços públicos ocupados ilegalmente tanto por mendigos e quanto por meninos de rua.
Fazendo um exercício fácil e rápido de análise do discurso, podemos tirar uma triste conclusão da política do atual governo da “cidade maravilhosa”: mendigos e meninos de rua não são cidadãos e não tem o direito de ocupar os espaços públicos.
Ora, considerando que essas pessoas não são cidadãs a culpa disso é de quem? Deles próprios ou da sequência histórica incessante de políticas públicas de exclusão?
Fica a pergunta.
Clara

domingo, 4 de janeiro de 2009

Filmão da semana: O Escafandro e a Borboleta



Galera, não deixem de assistir!!!!

Enclausurado. Nenhum filme até então havia me deixado com a sensação de trancamento, angústia e inferno particular como O Escafandro e a Borboleta (2007). Uma película que redefine o parâmetro do limite comunicacional entre os homens. Mostra a força de vontade e paciência do jornalista francês Jean-Dominique Bauby (Mathieu Amalric), 43, que após sofrer um AVC encontra-se totalmente consciente, porém sofre de uma rara doença conhecida como Síndrome Locked-in, que o impossibilita de movimentar qualquer parte do seu corpo, a não ser o olho esquerdo.

O diretor do longa, Jean Schanabel, constrói uma narrativa fenomenal na qual o espectador é levado a ver e sentir o mundo como Bauby. Somos limitados a mesma situação do jornalista. No inicio do filme a cena que retrata com mais fidelidade a condição do espectador à posição sujeito Jean- Dominique é o momento em que o olho direito é costurado para evitar uma infecção. A câmera dá a sensação de estar no globo ocular de Bauby, o que nos permite sentir o desespero dele ao ter mais uma janela de comunicação com o mundo fechada.

O longa é uma história real baseada na adaptação do livro de mesmo nome publicado em 1997 na França ( já disponível no Brasil) e escrito através de piscadas por Bauby depois de sofrer o AVC. A readaptação ao mundo e a forma de extravasar suas vontades estava no piscar dos olhos para escolher as letras do alfabeto que materializariam seus pensamentos, única maneira encontrada para que o jornalista se comunicasse. E assim, letra à letra Bauby lacerou o silêncio ao qual estava subordinado

O Escafandro e a Borboleta é um exercício de superação e reflexão sobre o quanto o nosso corpo pode se tornar o nosso próprio inferno. Refugiando-se no passado ao repensar a sua história o editor de uma das revistas mais conceituadas no mundo da moda foi capaz de descrever com sensibilidade e sem excessos de lamentações os efeitos psicológicos de estar trancado no próprio corpo.

**Curiosidades

-Inicialmente seria Johnny Depp o intérprete de Jean-Dominique Bauby, mas ele teve que deixar o projeto devido à agenda de filmagens de Piratas do Caribe- No fim do Mundo (2007).

-Recebeu 4 indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Diretor, Melhor Fotografia, Melhor Edição e Melhor Roteiro Adaptado.

Assista ao Trailler

Aproveitem nessas férias e assistam!!!!
Comentem depois!

Beijitos
Jaque