domingo, 29 de março de 2009

"A batalha dos Tabajaras" pelo O GLOBO

As páginas da editoria Rio do jornal O GLOBO desta semana foram recheadas com os tiroteios e perseguições na Zona Sul, provocados pela invasão da PM a Ladeira dos Tabajaras. De acordo com a polícia, os traficantes da Rocinha invadiram a Ladeira dos Tabajaras no último sábado para tomar os pontos de venda de drogas.

Quero chamar a atenção não para o fato em si, mas para a forma como o jornal reportou o incidente. O GLOBO de terça feira( 24 de março) publicou uma foto que deve ter passado despercebida para boa parte de seus leitores, no entanto, a legenda e a foto em si reinteram uma atitude de violência da polícia que há muito tempo é criticada por acadêmicos e pela própria comunidade carente.

A foto ao lado é do fotojornalista André Teixeira e a legenda consta: "PMS DOMINAM um traficante que teria saido da mata e tentado escapar pelas ruas da Fonte Saudade." (as palavras em caixa alta, estão exatamente assim no jornal).

O que eu questiono e espero fazer com que, você leitor do Aliás, também questione, são os valores reproduzidos pelo jornal. Na foto, os três policiais estão pisando na cabeça e no tronco do suposto criminoso, além de estar com o fuzil apontado para a sua nuca. A legenda aponta o "dominado" como sendo de fato um "TRAFICANTE". Quem garante? A polícia? Essa mesma polícia que há sete anos atrás legitimou o covarde assassinato do estudante Hanry Silva Gomes de Siqueira, 16 anos, ao justificar que o jovem era um traficante e teria reagido a uma incursão policial no Complexo do Lins? Quantas mães ainda terão que sofrer e terão a mesma garra que Marcia Jacinto? Que estudou Direito, investigou por conta própria e provou que o seu filho foi assassinado injustamente por PMs.

A polícia tem uma função social que sem dúvida deve ser valorizada: Reprimir a criminalidade e manter a lei. O problema é a maneira como ela tem agido e o pior: o perigo que é a imprensa "comprar" o discurso da polícia e em consequência o jornal vender este discurso e você acreditar.

Quais seriam as fontes que legitimam que o homem ao lado seja um traficante?

Quantas "Marcias" terão seus filhos acusados indevidamente como criminosos pela polícia, pela mídia, lutarão e mais tarde serão recompensadas com o PRÊMIO FAZ A DIFERENÇA do jornal O GLOBO? Eu espero que NENHUMA.

REPENSE E QUESTIONE, POIS DESSA MANEIRA VOCÊ TAMBÉM FAZ CIDADANIA.



JAQUE DEISTER

Nós que aqui estamos, por vós esperamos



Pílula para a mente:

Assisti um documentário que merece ser visto por TODOS. Na verdade não é questão de merecimento e sim de necessidade, é uma verdadeira aula de História sobre o século XX. NÓS QUE AQUI ESTAMOS, POR VÓS ESPERAMOS (1998) é um filme brasileiro dirigido por Marcelo Masagão e premiado no Festival de Gramado (1999) e Festival de Recife. O diretor constrói um mosaico da História da Humanidade no século passado baseado em pilares como a psicanálise, as guerras, as revoluções tecnológicas, a religião e a esperança.

A pesquisa realizada para a produção do documentário é de tirar o chapéu. São trechos de filmes clássicos como de Dziga Vertov, que retratam o impacto das indústrias na sociedade moderna, arquivos de imagens de fotógrafos como Sebastião Salgado e Robert Capa que mostram o lado obscuro do desenvolvimento do capitalismo: as guerras, o homem reduzido a condições animalescas e a crença na esperança. Toda a contradição que foi o século XX foi montada em uma narrativa simétrica, ao som de Win Mesten, com fragmentos textuais de importantes pensadores.

Delicie-se com uma viagem pelos paradigmas do século XX e descubra a associção do nome do filme com um lugar para lá de inusitado no interior do Estado de São Paulo, que amarra a obra com chave de ouro!

***Trechos do filme:

“Há três tipos de déspotas:
O que tiraniza o corpo: O Príncipe;
O que tiraniza a alma: O Papa;
E o que tiraniza o corpo e a alma: O Povo”

Oscar Wilde

“O homem criou as ferramentas e as ferramentas recriam os homens.”

Marshall McLuhan

“Yuri Gagarin-O PAI- um camponês na União Soviética que conheceu a eletricidade em 1931; Yuri Gagarin- O FILHO- primeiro homem a viajar para o espaço em 1961”.

Beijos
Jaque Deister

sexta-feira, 27 de março de 2009

Salvem as sacolas!



De uns tempos pra cá, os ativistas de plantão e os jornalistas eco-chatos resolveram traçar um novo vilão da natureza: as sacolinhas de supermercado.

Segundo pesquisas, essas destruidoras do planeta demoram cerca de 300 anos para se decompor e, se pensarmos na quantidade existente delas no planeta, em breve, viveríamos sobre um mar de plástico.

Ok. Elas causam danos.

Mas, não acredito que o fim delas seja menos danoso. Afinal de contas, se pararmos de levar essas sacolas para casa, onde colocaremos nosso lixo? Em sacos de papel? Ou teremos que comprar sacos plásticos no supermercado para isso?

Sinceramente, acho que mais importante que fazer campanhas para o fim das sacolinhas é brigar para que elas sejam feitas com componentes biodegradáveis. Ou seja, que demorem menos tempo para se decompor e que, na decomposição, não agridam o meio-ambiente.

Aliás, deveríamos brigar também para que essas sacolas passassem por um rigoroso teste do Inmetro. Por que basta ter que carregar 2 litros de leite para casa para termos também que levar, no mínimo, duas sacolinhas para casa. Caso contrário, o leite das crianças ficará pela calçada.

Então, juntem-se ao meu coro: "Por favor, salvem as sacolinhas!"

Abraços,

Clara

domingo, 8 de março de 2009

Flagrante!






Dou a minha contribuição ao sacode da Clarinha no Prefeito de Niterói, só que no sentido de atentar as irregularidades absurdas as quais os moradores da cidade são sujeitos a conviver diariamente. Estas fotos trazem apenas um "humilde" exemplo do ponto que chega a falta de educação dos motoristas, sem distinção como vocês podem perceber leitores! "Manter a lei é atividade se-se-se-secundária do Exército"

Espero não me deparar com flagrantes de total desrespeito como esse novamente, principalmente vindos de organismos que são responsáveis por estabelecer a ordem e resguardar a sociedade civil.


**As fotos foram retiradas ao lado do Estádio Caio Martins, na rua Presidente Back, no bairro de Icaraí-Niterói-RJ

Jaque

quarta-feira, 4 de março de 2009

Carta aberta ao prefeito de Niterói


Carta aberta ao excelentíssimo Sr. Prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira.


Caro Senhor Prefeito.

Não sou sua eleitora. Nem mesmo voto em Niterói. Porém, resido nesta cidade há dois anos. Portanto, há dois anos pago meus impostos aqui. IPTU, luz, água, compras de necessidade básica e outras nem tanto, tudo é feito e pago nesta cidade que escolhi para cursar minha faculdade.

Sou apaixonada por esse lugar que, apesar de não ter nascido aqui, considero como meu. Adoro sua paisagem, seu clima, suas pessoas. Porém, Sr. Prefeito, eu, assim como tantos outros moradores do bairro do Ingá, sofremos a tempos com um problema sério de (in)segurança.

No último domingo, dia 1° de março, por volta das 17h, eu voltava do shopping com uma amiga. Estávamos a pé. Ao virarmos a esquina da rua Visconde de Morais com a Andrade Neves fomos abordadas violentamente por uma menina que estava sentada ali. Ela me agarrou pela blusa e nos obrigou a dar para ela nosso dinheiro e celulares. A menina, que devia ter no máximo 15 anos, tinha uma faca e estava obviamente drogada.

Em frente ao local no qual fomos assaltadas existe um cortiço. Na hora em que houve o assalto, havia várias pessoas sentadas na varanda da “casa”. Essas, mesmo vendo que estávamos sofrendo uma violência, não fizeram nada. Isso por que é sabido de todos que algumas das pessoas que moram ali são também assaltantes.

Não tenho provas dessa minha acusação. Mas tenho o meu conhecimento como moradora e o depoimento de pessoas da região e pedestres que passam por ali, todos os dias, com medo. Essas mesmas pessoas também podem confirmar que, várias vezes, uma viatura policial para em frente a esse cortiço. Depois, um policial desce, entra na casa e sai, com um sorriso no rosto.

Já fui assaltada duas vezes na Visconde de Morais. E eu posso relatar, no mínimo, mais uns 10 casos de assalto a pedestres que ocorreram ali. Certamente, os porteiros dos prédios dessa rua também tem uma lista enorme de casos para contar.

Das duas vezes em que fui assaltada, liguei para o 190 para ver se alguma viatura poderia ir para lá fazer uma ronda e, quem sabe, recuperar o que eu havia perdido. Nas duas vezes, não vi nem sombra de polícia no local.

No final do ano passado, um abaixo-assinado circulou pelos prédios do Ingá pedindo mais policiamento no local. No entanto, apesar das várias assinaturas, nada mudou.

Como disse, Senhor prefeito, não votei no senhor, pois não voto em Niterói. Mas, tive a oportunidade de, ano passado, viver a campanha eleitoral na disputa pela prefeitura. E eu me lembro de ter ouvido uma propaganda eleitoral em que o senhor dizia precisar de apenas 2 meses para dar um susto na cidade.

Pois bem. Dia 1º de março o senhor completou dois meses em sua nova gestão como prefeito. E o susto que eu e minha amiga levamos neste dia não foi nada agradável e nem original.

Esta carta fala apenas em meu nome e no de minha amiga que estava comigo no último domingo. Mas tenho certeza que várias outras pessoas tem o mesmo sentimento expresso nela. E tenho certeza também de que algo deve e será feito para mudar esta situação.


Maria Clara Araújo

estudante da Universidade Federal Fluminense