sábado, 24 de janeiro de 2009

Quero ser José Simão.


Que me perdoem pela péssima paráfrase do título do ótimo filme escrito por Charlie Kaufman e dirigido por Spike Jonze, "Quero ser John Malkovich". Mas, há anos, leio a coluna de José Simão, e, há anos, quer sê-lo.
O cara tem um humor e uma inteligência fantásticos. Fora que, bom jornalista que é, está sempre super antenado.
Vou reproduzir aqui um pedacinho da coluna dele de hoje, dia 24 de fevereiro.
"
E a versão brasileira do slogan do Obama, "Yes we can!" -"YES, WEEKEND!". E a Globo devia lançar o Viagra indiano: encantador de serpente, levanta até corda! E adoro a Gloria Perez (ia escrever Carla Perez, imagine) porque ela carnavalizou o Marrocos. E vai carnavalizar a Índia.
Parece o sambódromo. A Índia é carro alegórico! Lavaram a Índia com xampu. Se bobear, brasileiro faz churrasco com vaca sagrada! E amanhã é aniversário de São Paulo. Paulista é tão workaholic que feriado cai no domingo! É que São Paulo não pode parar. São Paulo não pode parar porque não tem estacionamento!"
E segue por aí. Todos os dias. Quer dizer, na Folha, ele não escreve às segundas. Mas, poxa, é muito assunto e muita sacanagem na cabeça pra escrever piada todo dia, não?
Fora toda a crítica envolvida nas piadas dele...
Enfim, quero ser José Simão. Um dia eu chego lá!

Clara

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Choque de ordem


Uma das principais promessas de campanha do atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o chamado “Choque de Ordem”, começou a ser colocada em prática essa semana.
Nas palavras do secretário municipal de ordem urbana, Rodrigo Bethlem, essas medidas tem o caráter de devolver aos cidadãos os espaços públicos ocupados ilegalmente tanto por mendigos e quanto por meninos de rua.
Fazendo um exercício fácil e rápido de análise do discurso, podemos tirar uma triste conclusão da política do atual governo da “cidade maravilhosa”: mendigos e meninos de rua não são cidadãos e não tem o direito de ocupar os espaços públicos.
Ora, considerando que essas pessoas não são cidadãs a culpa disso é de quem? Deles próprios ou da sequência histórica incessante de políticas públicas de exclusão?
Fica a pergunta.
Clara

domingo, 4 de janeiro de 2009

Filmão da semana: O Escafandro e a Borboleta



Galera, não deixem de assistir!!!!

Enclausurado. Nenhum filme até então havia me deixado com a sensação de trancamento, angústia e inferno particular como O Escafandro e a Borboleta (2007). Uma película que redefine o parâmetro do limite comunicacional entre os homens. Mostra a força de vontade e paciência do jornalista francês Jean-Dominique Bauby (Mathieu Amalric), 43, que após sofrer um AVC encontra-se totalmente consciente, porém sofre de uma rara doença conhecida como Síndrome Locked-in, que o impossibilita de movimentar qualquer parte do seu corpo, a não ser o olho esquerdo.

O diretor do longa, Jean Schanabel, constrói uma narrativa fenomenal na qual o espectador é levado a ver e sentir o mundo como Bauby. Somos limitados a mesma situação do jornalista. No inicio do filme a cena que retrata com mais fidelidade a condição do espectador à posição sujeito Jean- Dominique é o momento em que o olho direito é costurado para evitar uma infecção. A câmera dá a sensação de estar no globo ocular de Bauby, o que nos permite sentir o desespero dele ao ter mais uma janela de comunicação com o mundo fechada.

O longa é uma história real baseada na adaptação do livro de mesmo nome publicado em 1997 na França ( já disponível no Brasil) e escrito através de piscadas por Bauby depois de sofrer o AVC. A readaptação ao mundo e a forma de extravasar suas vontades estava no piscar dos olhos para escolher as letras do alfabeto que materializariam seus pensamentos, única maneira encontrada para que o jornalista se comunicasse. E assim, letra à letra Bauby lacerou o silêncio ao qual estava subordinado

O Escafandro e a Borboleta é um exercício de superação e reflexão sobre o quanto o nosso corpo pode se tornar o nosso próprio inferno. Refugiando-se no passado ao repensar a sua história o editor de uma das revistas mais conceituadas no mundo da moda foi capaz de descrever com sensibilidade e sem excessos de lamentações os efeitos psicológicos de estar trancado no próprio corpo.

**Curiosidades

-Inicialmente seria Johnny Depp o intérprete de Jean-Dominique Bauby, mas ele teve que deixar o projeto devido à agenda de filmagens de Piratas do Caribe- No fim do Mundo (2007).

-Recebeu 4 indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Diretor, Melhor Fotografia, Melhor Edição e Melhor Roteiro Adaptado.

Assista ao Trailler

Aproveitem nessas férias e assistam!!!!
Comentem depois!

Beijitos
Jaque