segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Geração Malboro?

Você sonha em ter filhos? Gostaria de ver sua prole bela e feliz brincando saltitante em parquinhos e desfrutando de plena saúde?
Agora, outra pergunta: você fuma?
Essas perguntas parecem não ter ligação nenhuma, porém fumo e filhos saudáveis estão bem ligados sim. Um estudo norte-ameriacano divulgado recentemente mostrou que danos causados ao esperma podem ser passados para gerações futuras.
Segundo o estudo o esperma pode ser "danificado" se seu "dono" tiver contato com substâncias tóxicas. Nos ratos usados na experiência, as subtâncias tóxicas em questão foram agrotóxicos. Nos homens, dizem os pesquisadores, as toxinas estariam presentes no álcool e, principalmente, no cigarro.
Os efeitos nocivos das toxinas presentes no cigarro, dizem os pesquisadores, danificam os esperma ocasionando a possibilidade de que os filhos gerados por este mesmo esperma venham a ter problemas nos rins, de fertilidade, entre outros.
Além disso, ainda de acordo com o estudo, os danos não são somente passados aos filhos do pai fumante como para os netos, bisnetos e tataranetos do dito cujo.
Portanto, se você respondeu sim às duas perguntas que abrem este texto, é melhor repensar a vida que você leva. E, se optar por continuar fumando, pense duas, três vezes antes de ter filhos.


Clara

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

O Poder do Diminutivo

Vou lhes contar um caso verídico.
Certa vez um jornalista escreveu para um conhecido contando sobre as férias que passava. Nesta carta, ou e-mail (acho que foi e-mail pois o caso é recente), o tal jornalista dizia que estava feliz pois finalmente realizava um sonho: o repórter havia, enfim, conseguido se aventurar a escrever alguns versos em um jornalzinho local.
Para a surpresa do jornalista, a resposta de seu conhecido foi curta e grossa. O amigo escreveu que referir-se ao jornal em que trabalhava como "jornalzinho" pegava mal... Afinal de contas, jornalzinho é diminuitvo e diminuitvo, haha, pasmem, diminui. E - continuava o amigo - se o jornal é pequeno, significa que aqueles que trabalham lá compartilham desta mesma pequenês e blablablá blablablá.
O jornalista então, surpreso com a reação do amigo, disse que sua intenção não era esta. Disse também que em nenhum momento pensou em diminuir o veículo que o acolhera ou as pessoas que lá trabalhavam. Ele apenas havia sido carinhoso com o jornal que possibilitava a realização de um sonho antigo. Só isso.
Suas explicações, porém, de nada adiantaram. O tal amigo continuava parado feito um dois de paus em suas convicções: "diminutivo é para os fracos!", concluía o amigo.
No fim, o jornalista, com medo de que a história, de alguma maneira, chegasse aos ouvidos de seus companheiros de trabalho (vai que eles entendessem tão errado quanto seu amigo...) nunca mais se referiu ao tal jornal no diminutivo. Era jornal e ponto final.
Perdido o carinho, afinal de contas, este também é "inho", restou apenas ao jornalista o frio, seco e objetivo grau normal dos substantivos.



Clara

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Um crime para comentar, e nem sempre um samba para distrair

Você está convidado a relaxar nas belas piscinas naturais de Maceió, a desfrutar praias de água morna e cristalina , e a sentir o frescor da brisa vespertina em deliciosas caminhadas pela orla marítima. Que tal? Gostou? Sair da tensão diária de viver em uma cidade como o Rio de Janeiro é tentador, mas nem sempre agradável, principalmente quando a policia civil do estado de Alagoas está em greve.
A precariedade do sistema de segurança pública do estado de Alagoas, só começou a ganhar notoriedade na grande mídia há menos de um mês, quando 140 assassinatos foram contabilizados só em janeiro de 2008. Vale a pena ressaltar: a contagem é de uma polícia que se dispõe a fazer somente 50 ocorrências diárias. Caso ocorram 51 crimes por dia, sinto muito, mas as metas já foram alcançadas. Volte bem cedo no dia seguinte, e quem sabe você conseguirá registrar a queixa.
O tom foi sarcástico, mas é a verdade. Em Maceió só são registradas 50 ocorrências por dia. Segundo a polícia militar, o registro de queixas é um trabalho da polícia civil. Para não deixar a população sem assistência devido a greve, a PM assumiu a tarefa de emitir o boletim de ocorrência, mas em curta escala.
Porém a atitude da policia militar, torna a criminalidade um problema menor do que realmente é. As estatísticas, uma vez que baseadas em dados emitidos pela polícia, retratam uma realidade que não condiz com a verdade. A manipulação não está apenas no controle das ocorrências emitidas, mas também na qualificação do crime. Os policiais consideram qualquer ato de subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem como furto.
No entanto, no campo das leis há significativas diferenças entre roubo e furto. No primeiro, o ato é seguido de grave ameaça ou violência, e a pena miníma é de quatro a dez anos de reclusão. No segundo, não há ameaça e é praticado às ocultas, a pena mínima é de um a quatro anos.
Os jornais locais, como a Gazeta de Alagoas, da Organização Arnon de Mello (que tem como proprietário o ex-presidente Fernando Collor) traz estampado diariamente em sua manchete casos de homícidio e chacinas. A pergunta que não quer calar é: E se fosse no Rio de Janeiro? As manchetes locais com certeza, já teriam ganhado o mundo, a Força Nacional já estaria nas ruas cariocas e a guerra civil anunciada.
A falta de visibilidade na mídia do problema vivido pelo estado de Alagoas, é um pequeno exemplo do carater elitista das grandes corporações de comunicação, que se concentram no eixo centro-sul do país. Fica claro que a notícia de um epsódio como o de Maceió, ganha muito mais repercussão quando atinge as regiões que abrigam o poder informacional, ecônomico e tecnológico, como o Sudeste.
A idéia de uma imprensa que resguarda os principios democráticos, e zela pelo bem estar de todo o povo brasileiro é utópica, assim como a tranquilidade e segurança de uma deliciosa caminhada pela orla maritima de Maceió.
Jaqueline Deister