quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Sem fronteiras

Então é Natal!
É Natal e eu estou curtindo minha folga de fim de ano seguindo a tradição: família, comida, presentes comprados de última hora e "especiais" de fim de ano na TV.
Pois bem.
Num dos intervalos de um desses especiais, me deparei com uma propaganda da TIM que achei que merecia um comentário.
Trata-se de uma campanha que diz que a maior riqueza de uma pessoa não é material. Mas seus sentimentos, pensamentos e conquistas.
Não me lembro exatamente do texto das propagandas. Sei que são duas. E, em uma delas, é contada a história de uma menina chamada Sophie.
Sophie não tem dinheiro. Não tem palácios. Não tem nada disso. Mas Sophie é rica. Rica por que tem amor, tem amigos, tem sonhos.
E, após o texto recheado de imagens que lembram desenhos infantis misturados com arte "caipira", vêm as ofertas de celulares da operadora.
Agora eu me pergunto: será que se a menina Sophie chegar em uma loja da TIM e dizer que quer comprar um celular, os vendedores irão aceitar sonhos, amigos e amor como pagamento?
Será que eu posso oferecer amizade para pagar minha conta de celular?
Se sim, estou aberta negociações!


Abraços!

Clara

P.S: postagem especial de Natal para nosso amigo Thales que é a-pai-xo-na-do por celulares.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

1 ano!




Há exatamente um ano atrás, Jaqueline e eu finalmente colocamos em prática um plano que tinhamos há algum tempo: fazer um blog.
E, há exatamente um ano atrás, nasceu nosso querido blog Aliás, com a pretensão de colocarmos em uso as aulas da Faculdade e exercitarmos o nosso lado jornalista (crítico) de ser.
Nesse tempo, as postagens não foram, assim, muito constantes, mas tentamos trazer para vocês aquilo que consideramos de mais interessante. Talvez, por isso mesmo a gente não escreva tanto.
Ficamos sempre atentas e tentando fazer algo bacana, com conteúdo e que possa trazer alguma coisa de legal para quem nos lê.
Enfim, caros amigos do Aliás, este blog aqui é feito com muito carinho e dedicação. Talvez mais carinho que dedicação, mas o fato é que prezamos muito este espaço aqui!
Obrigado a todos que nos lêem e a todos que nos dão força para continuar!
O nosso intuito é aprender e aprimorar cada vez mais com as postagens e para isso a sua participação é de ultra importância.
Valeu!

Clara & Jaque


P.S: A primeira postagem a gente nunca esquece!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

www.uffcom40.blogspot.com


Pessoas,
o post de hoje não tem nada de reflexivo nem de tiração de sarro com ninguém.
Estou passando por aqui para deixar uma dica de navegação.
E a dica é o blog de comemoração dos 40 anos do curso de Comunicação Social da UFF.
Feito pelos alunos da disciplina de Redação de Hipertexto, da professora Suzana Barbosa, o blog traz várias matérias que retratam o dia-a-dia e a história dos habitantes do casarão da Lara Vilela. Além disso, o blog também traz matérias com discussões sobre a profissão de "comunicador".
Navegue, conheça e deixe sua marca na construção dos próximos 40 anos do curso de Comunicação da Federal Fluminense.

Abraços!


Clara

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Decadência total


Escrevo este post só para falar de uma notícia que me revelou a total decadência de um jogador de futebol que é o maior artilheiro das copas do mundo, com 15 gols.

Ronaldo, o gorducho, é do Corinthians.

!!!

Segundo a manchete do Uol:

"Ronaldo acerta, e Corinthians já se prepara para lucrar com o astro"

Agora, eu pergunto: acerta??? Desde quando ir jogar no Corinthians é acerto??

ahahahahaha

Abraços futebolísticos!

Clara

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Por água abaixo, ralo a dentro

O Rio de Janeiro é uma das cidades candidatas a ser sede das Olimpíadas de 2016. O sonho carioca, e brasileiro, de sediar os jogos começou a ser concretizado com a construção da infra-estrutura para o Pan-Americano de 2007.

Para abrigar os jogos do ano passado, Governo Federal, em parceria com a Prefeitura e o Governo do Estado do Rio de Janeiro, investiu mais de R$ 3 bilhões, também de olho nas Olimpíadas de 2016.

Segundo matéria publicada na Folha online hoje, o Governo Federal admitiu que o Parque Aquático Maria Lenk, que custou aos cofres públicos, R$ 85 milhões, não poderá ser usado caso o Rio seja escolhido como sede das Olimpíadas de 2016. Isso por que, para sediar as finais dos esportes aquáticos, o Comitê Olímpico Internacional exige que o local de competição tenha capacidade para 15 mil torcedores. O Maria Lenk, contudo, só abriga 6.500 pessoas.

Ainda de acordo com a Folha, Ricardo Leyser, secretário do Comitê Gestor das Ações Federais do Projeto Rio-2016, disse que há seis meses se sabe que o Maria Lenk não poderá ser usado nas Olimpíadas. Leyser admitiu também que ainda não há um destino definido para o parque aquático.

Agora, eu pergunto. Esse nada mais é do que um caso de: descaso? Abuso? Falta de respeito?

A resposta eu deixo pra vocês.


Clara

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Sonhos Velados















Olá visitantes do nosso querido blog ALIÁS!!!

Clarinha tem “segurado” bem as pontas por aqui. Eu tenho estado em falta com o nosso “diário” por questão de tempo mesmo. Reconheço que tenho que ser um pouco mais organizada, não assumir TANTAS responsabilidades... Acho que uma parte de vocês sabe como é essa vida de estudante universitário-escragiário...



Bom, saindo dessa minha desculpa, esfarrapada, mas sincera, pretendo me redimir com vocês trazendo uma ótima DICA cultural :)

No dia 17 de novembro foi a inauguração da exposição fotográfica SONHOS VELADOS na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema. O trabalho foi o resultado final de uma oficina de fotografia -Foto olhares- desenvolvida para crianças e adolescentes que cumprem medidas sócio-educativas no DEGASE. As aulas foram ministrada pelos fotógrafos Fábio Caffé, Francisco Valdean e Davi Marcos da Agência Imagem do Povo (que por sinal merecem APLAUSOS de pé pelo excelente trabalho).

No ambiente aconchegante e convidativo da Casa de Cultura Laura Alvim as fotos da exposição se contrastam com a atmosfera que permeia pela orla da Viera Souto, uma rua do bairro carioca que tem o metro quadrado mais caro da América Latina e umas das rendas per capitas mais elevadas do Rio: R$ 40.371, 66 (IBGE 2000). O desejo de retratar o cotidiano de uma Instituição de correção para menores, com a vontade de ter a liberdade devolvida é o que contempla boa parte dessas fotos de meninos e meninas do DEGASE. As grades x o alçar vôo de um pombo, o pirulito x o cigarro; todas essas dicôtomias apontam para a dualidade que é o universo destes jovens, tratados como a parcela “marginal”- que está à margem- da sociedade civil, mas vítimas de um fosso produzido por um “empreendedor” capitalismo que concentra uma renda absurda nas mãos de poucos.

Reserve um pedacinho do seu tempo para visitar a exposição. Valorizar o trabalho destes jovens é incentivá-los a acreditar que nunca é tarde para mudar. E que aprender a “escrever com luz” pode ultrapassar as grades do centro de correção e tornar-se a maneira mais expressiva desses meninos e meninas exercerem a sua liberdade.

Mostra Sonhos Velados

Abertura: 17 de novembro de 2008

Visitação: 18 de novembro a 4 de janeiro de 2009, todos os dias, das 13 às 21h.

Local: Casa de Cultura Laura Alvim, Av. Vieira Souto, 176, Ipanema.

Tel: (21) 2332-2015

Beijos
Visitem e me contem!!!
Jaque

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Ser feio é fashion.

O sucesso da novela colombiana “Betty, a feia” – que, aliás, tem sua segunda temporada da versão americana em forma de seriado estreou na semana passada na Sony, mostra que ser feio agora está na moda.

Segundo matéria publicada na “Revista da Folha” (só para assinantes) já existem hoje até mesmo agências de modelos destinadas a recrutar pessoas de beleza escassa para fazer parte de comerciais e outras produções artísticas.

A reportagem diz também que comunidades do Orkut destinadas a esse público fazem sucesso no portal. “Em três anos, o grupo "Eu Sou Feia * Feio e Sei Disso" reuniu 3.600 participantes, integrando-se a uma lista infindável de comunidades similares: "Sou Feio, mas Sou Legal" (47.177), "Eu Sou Feia, e Daí" (4.292), "Eu Sou Feio(a), mas Existem Piores" (28.667)”.

Outro fato interessante citado pela reportagem mostra que o livro "A Vida Sexual da Mulher Feia" é o mais vendido dos três livros da autora Cláudia Tajes.

Fiquei pensando: por que isso? Estamos mudando nossos conceitos? Evoluímos, finalmente? Sinceramente, acho que não.

É fato que o feio causa o riso.

Você reparou, por exemplo, no uso do “mas” no título das comunidades do Orkut? “Sou fe
io, mas...”, mas você pode gostar de mim, pode falar comigo. Minha feiúra não contaminou meu intelecto. Isso não me impede de ser uma pessoa agradável...

Outra coisa: "A Vida Sexual da Mulher Feia"... Qual a diferença da vida sexual de uma mulher feia e a de uma mulher bonita?

“Betty, a feia” mostra que, ao contrário do que prega a ditadura da beleza, é possível ter namorado, ter um trabalho, conhecer pessoas legais estando fora do padrão. Mas, será que ao reforçar que Betty é feia, não é reforçada justamente a necessidade da beleza, da aparência nas nossas vidas?

Será que afirmamos a beleza, agora estamos caminhando para a negação para, enfim, chegar a um meio termo?

Tese, antítese, síntese?

Sei lá... Divagações.


Clara

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Em respeito aos pequenos


Em março deste ano, a menina Isabela Nardoni foi morta em circunstâncias ainda não esclarecidas. Em setembro, dois garotos foram esquartejados pela madrasta, em Ribeirão Pires, São Paulo. No último dia 05 de novembro, Rachel Maria Lobo de Oliveira Genofre, de 9 anos, foi encontrada morta dentro de uma mala abandonada na rodoviária de Curitiba.

Neste último caso, a menina sofreu, ainda, abuso sexual. A polícia investiga se o assassino atraiu a vítima através do Orkut.


...

Eu sei que muita gente vai me chamar de radical, de estar fazendo uma má comparação... Mas a gente sabe que a violência contra crianças começa dentro de casa. Afinal de contas, quem é que não conhece alguém que já apanhou dos pais?

Quando é que vamos parar de pensar que, como diz aquela frase, "bater em adulto é agressão, em bicho, é judiação, e em criança é educação"??

Acho eu que, quando mudarmos essa nossa mentalidade, mudaremos também a relação de autoridade que temos com os pequenos. Aí, quem sabe, eles são mais respeitados e deixam de ser vistos como coisa.


Abraços.


Clara Araújo

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Por que será?


Uma pergunta me ocupa a mente faz um tempo: por que será que ninguém, ou quase ninguém, faz comentário neste blog?

Ainda com essa questão na cabeça, comecei a trabalhar com um site participativo, o Radiotube. Lá, as pessoas podem postar áudios e textos, que estão livres para serem reproduzidos em qualquer lugar.

O Radiotube é voltado para quem gosta e produz rádio. Mas, principalmente, para discutir temas relacionados à cidadania.

Lá no Radiotube também há, óbvio, espaço para a troca. E esse é - ou deveria ser - o grande trunfo do portal. Só que, o que vemos lá, e em tantos outros sites e blogs, é que as pessoas passam por lá, mas não dizem nada. Não tecem nem um comentário... Nada.

Sabemos que os áudios são baixados, que os textos são lidos... Mas, os comentários ainda são poucos, raros...

Acho que vivemos numa cultura de comunicação que nunca nos deu muito espaço para o pensamento. Mas agora, novas áreas estão se criando e é preciso ocupá-las.

Voltando a este humilde blog, temos um contador que gira a passos lentos, mas gira. Isso significa que existem pessoas que passam por aqui ao menos de vez em quando.

Sinceramente, não acho que o conteúdo desse espaço aqui seja assim tão desinteressante. Embora não seja atualizado com muita frequência, Jaqueline e eu, sempre que podemos, passamos por aqui e postamos algo...

Então, bora lá, povo!

Não é preciso concordar com a gente. Mas se você nos lê, pense, reflita, e coloque sua boca no mundo!!

Abraços!

Clara

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Me dá um dinheiro aí


Li esse texto no Blog do Tas e achei interessante repartir com vocês aqui.

Beijos!

Clara


***
Vou fazer um slideshow para você.
Está preparado? É comum, você já viu essas imagens antes.
Quem sabe até já se acostumou com elas.
Começa com aquelas crianças famintas da África.
Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele.
Aquelas com moscas nos olhos.
Os slides se sucedem.
Êxodos de populações inteiras.
Gente faminta.
Gente pobre.
Gente sem futuro.
Durante décadas, vimos essas imagens.
No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto.
Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados.
São imagens de miséria que comovem.
São imagens que criam plataformas de governo.
Criam ONGs.
Criam entidades.
Criam movimentos sociais.
A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em
Bogotá sensibiliza.
Ano após ano, discutiu-se o que fazer.
Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que se
sucederam nas nações mais poderosas do planeta.
Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para resolver o
problema da fome no mundo.
Resolver, capicce?
Extinguir.
Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em
nenhum canto do planeta.
Não sei como calcularam este número.
Mas digamos que esteja subestimado.
Digamos que seja o dobro.
Ou o triplo.
Com 120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo.
Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse.
Não houve documentário, ong, lobby ou pressão que resolvesse.
Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia.


..::..
Texto de Neto, publicado no blog
Updaters.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

E o perdedor é...

O confronto entre policiais civis e militares, em São Paulo, no último dia 16 de outubro, mostrou, fundamentalmente, duas coisas: que houve erro no planejamento da segurança do Palácio dos Bandeirantes durante a manifestação, e, o mais grave de tudo, que a divisão entre as polícias de São Paulo é mais profunda do que se pensava.
Vamos começar pelo segundo e mais grave erro.
Quem é paulista sabe: a rixa entre policiais civis e militares no estado não vem de hoje. Há muito tempo escutamos histórias de que as duas instituições, ao invés de se ajudarem, travam disputas de poder para saber quem é que manda mais.
Aí, a Polícia Civil entra em greve e resolve fazer uma manifestação. E, o objetivo dessa manifestação era entrar em uma área proibida para todo e qualquer manifestante: os arredores do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
E, para fazer a segurança da área, este mesmo governo, na figura da Secretaria de Segurança Pública, chama Policiais Militares, a Tropa de Choque (também militar) e grupos táticos da Polícia Civil para conter a manifestação dos próprios policiais civis.
No caminho da manifestação, os grevistas conseguiram passar por 3 barreiras de PM’s. Porém, ao chegar ao Palácio, encontraram a Tropa de Choque montada em cavalos e seus próprios colegas civis, armados. Durante o embate, os policiais civis que estavam lá para conter a manifestação e ajudar a PM, mudaram de lado e passaram a apoiar os grevistas.
Tumulto pronto e estabelecido, vemos, enfim, a concretização da de uma disputa velada durante anos: polícia contra polícia, um duelo de forças que não resultou em nada.
Ou melhor, teve um resultado sim: a greve ganhou ainda mais força. E mostrou a fragilidade na capacidade de planejamento da Secretaria de Segurança pública de São Paulo.
Enquanto isso, os cidadãos ficam a deriva, esperando que os ânimos se acalmem e que a normalidade se (re?) estabeleça.
Clara

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A atuação da mídia e o caso Santo André


A história é típica dos últimos capítulos da novela das oito. O obcecado ex-namorado descobre pelo orkut que a sua "ex" está "ficando" com outro garoto. Ele não aceita o término do namoro e muito menos o fato da menina iniciar um novo relacionamento, invade a casa da garota armado e faz refém quatro jovens: Eloá- a ex-namorada-, Nayara- a melhor amiga- e dois adolescentes que estavam no apartamento da jovem para realizar um trabalho escolar de Geografia.

O enredo foi perfeito para a mídia que espetacularizou mais uma vez um drama da vida real. E preparem-se porque agora é a hora dos desdobramentos do final trágico do caso. Agora vamos preparar nossos ouvidos para escutar "os especialistas". É o capítulo três dessa minissérie. São psicólogos que desvendam a mente de Lindemberg, e respondem as perguntas de como um jovem aparentemente normal age desta forma, e aplicam teorias que explicam o porquê do desfecho trágico. Os peritos forenses que contratados pelas emissoras de TV fazem a reconstituição da cena do crime, dizendo: - Não esta almofada não estava do lado direito, mas sim do esquerdo... ; é realmente esse orifício na lateral esquerda da parte superior da parede foi feito por um projétil...

São também "os palpitadores" de plantão que ganham espaço. A Record News agora quer que VOCÊ, amigo telespectador, ligue para lá e dê a sua opinião sobre o caso, o que você acha do final da história, dos policiais, da trajetória da bala que atravessou o cérebro de Eloá?

Sou claramente a favor da participação do espectador, da tão famosa interatividade. Mas vamos com calma, a televisão já é redundante por natureza, contudo a rede Record consegue deixar a informação redundante ao quadrado. O telespectador é quase que chamado de imbecil. Eles utilizam este tipo de recurso para alimentar o senso comum e sugar o máximo possível, até a exaustão a última gota de sangue do caso. Foi assim com a Isabela e provavelmente será assim com este também. Infelizmente o caso é tão explorado que perde o seu potencial de comoção e acaba caindo na banalidade um tempo depois. A televisão deve ser repensada, principalmente do ponto de vista deste tipo de cobertura jornalística.

Eu e Clarinha estivemos na última sexta-feira, dia 17, na Pró-Conferência Nacional de Comunicação, na ALERJ (Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro). Muita gente com o discurso demagógico da antiga esquerda tentou alvoroçar a platéia, idéias boas e ruins sobre o rumo da comunicação foram lançadas. Mas o motivo central do encontro, a criação de uma Conferência Nacional de Comunicação, se faz como uma necessidade para que a população tenha uma qualidade melhor de informação. A legislação a qual as emissoras de TV, por exemplo, são subordinadas está desatualizada. O Código Brasileiro de Telecomunicação, pasmem, é de 1962. E obviamente não é respeitado pelas grandes empresas que deveriam ter em sua grade pelo menos cinco horas diárias de programação educativa,e apenas 25% de publicidade. Para se ter uma idéia de como esse universo é completamente sem lei, as concessões da Rede Record, da Rede Globo e da Band estão vencidas.


O Estado tem que ter um pulso firme com a maneira como a comunicação é realizada no país, transformar seqüestrador em “super star”? Abrir o microfone para ele, conceder o tempo que for para o Sábio Senhor Lindemberg falar ao vivo para todo o Brasil? É isso que ele queria. O circo foi todo montado, e ele foi o protagonista do espetáculo como quis. Todos, polícia, advogado e imprensa dançaram de acordo com a música que Lindemberg escolheu, com direito até ao retorno de ex-refém para o cativeiro (alguém já viu isso?), os figurantes seguiram os passos como o tutor queria e tiveram o final que menos esperavam.


O que eu instigo com todo esse blá blá blá, é que você pense um pouco mais no papel da mídia nesse tipo de cobertura. Até que ponto a exploração do fato e da imagem são realmente eficazes e necessárias? O papel da imprensa jornalismo é relatar e não interferir nos fatos. E será que no caso Santo André simplesmente relataram?

Jaque

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O VALOR DO SILÊNCIO



Hoje pela manhã, acho que pela primeira vez na minha vida, ouvi uma propaganda política que achei boa. As propostas não eram nada de mais, seu discurso muito menos. O interessante foi a maneira com que o candidato se dirigiu ao seu público.

Parado dentro do estacionamento da estação das barcas, em Niterói, de frente para umas mil pessoas que aguardavam a embarcação para ir para o Rio, o candidato, munido de um mega fone, não gritou, não tinha musica de fundo, não repetiu seu texto. Desejou “bom dia”, falou normalmente, agradeceu e nos deixou em silêncio. E, para mim, aí está seu grande crédito. A valorização do silêncio.

Vivemos em cidades que nos sufocam com seus sons intermináveis. Ônibus, camelôs, policiais, ambulâncias, “bom dia, passageiros”, “duas balas por um real”... Ufa! E quando é que se pára para refletir, pensar sobre o que vivemos ou não?

O silêncio é o espaço da reflexão. É com ele, ou, através dele, que se cria o espaço da imaginação, da confecção de conceitos. E, quem é de rádio, gosta e/ou estuda o tema, já deve ter ouvido falar da importância dos minutos de silêncio em uma das obras mais famosas de George Orwell, “A guerra dos mundos”.

Depois de uma incessante simulação da invasão de ETs aos Estados Unidos, Orwell simplesmente corta a narrativa com minutos do mais puro silêncio. Toda essa engenhosidade de Orwell resultou em uma histeria geral das pessoas que ouviam o programa naquela tarde.

É claro que “Guerra dos mundos” tem muitos outros fatores que influenciaram no pânico gerado na população. Mas é fato que uma característica crucial do programa foi esse “espaço em branco” deixado por Orwell, dando (mais) liberdade de imaginação e ação aos seus ouvintes.

Por isso, valorize seu silêncio. Sempre que puder, tire uns minutos para pensar em nada e pensar o mundo!


Clara

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Por trás de: A Feiticeira

Num Domingo frio (10ºgraus) e chuvoso nada melhor do que um chocolate quente, um sanduiche no forno e um belo cobertor de pêlos para diminuir esse incomodo que é o ar gelado dilacerando aos poucos a carne do corpo. Ok, exagerei. Mas o frio causa mais ou menos isso em mim e, como comunicadora, tenho que me expressar.

Mas não vim aqui para falar do frio, que foi o protagonista do meu domingo. Mas sim sobre o que o toda a narrativa frio fez comigo.

Deitada na cama com mamãe assisti alguns episódios da série que marcou época para muitas das nossas "madres" : A Feiticeira (1964-1972).

A série retrata o dia à dia de uma feiticeira (Elizabeth Montgomery), que tenta ser o mais humana possível e levar uma vida normal com a sua família. Com uma narrativa simples e clássica, totalmente mamão com açúcar, a série conquistou platéias do mundo todo. Chegou ao Brasil em 1965 pela Tv Globo, passou pela TV Excelsior, Record, Bandeirantes e Redetv. Foram 248 episódios em oito anos.

O quê achei mais interessante, foi ver como a típica família conservadora norte-americana, antes do movimento da contra-cultura, é fielmente representada. Como os valores tradicionais, o patriarcalismo, a submissão da mulher, enfim um pacote "zipado" do american way of life são bem amarrados e não tão ingenuamente passados para o espectador. Esse é o poder da imagem em movimento, fixar no tempo o retrato tão fiel de uma época e nos propiciar à que estiver interessado, uma reflexão de costumes e valores deste período.

A feiticeira, Samantha, sempre arrumando a casa (tentando ser o mais humana possível, mas sempre correndo para alguns truques quando necessário), preparando o almoço, a janta, o café, cuidando da criança, do marido. Dificilmente ela saí da sua casa. Tudo tem que estar pronto para quando o "Querido James" chegar.

James (Dick York) é o publicitário, que entra em várias frias por conta de feitiçarias de sua sogra e esposa. É um homem rude com a mulher, a hierarquia da figura masculina em relação a feminina é gritante nos diálogos e na própria estética da voz de James.

Como disse, assistir A Feiticeira, é uma boa ideia para quem quer aprender um pouco sobre a posição da mulher na sociedade conservadora americana.

Divirta-se com as trapalhadas de Samantha, e principalmente caçando frases, expressões corporais e ações que causam o famoso "estranhamento" da Antropologia em nós jovens, mas que passam despercebidos ainda hoje pelos mais "maduros". Por isso assista com mamãe, titia.... do contrário, a emoção não será a mesma.

Beijos
Jaque

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

QUANDO O BEM VESTIDO VENCE O ROTO

As eleições municipais estão aí e, junto com elas, a campanha eleitoral. Durante uma hora, pela manhã e à tarde, na TV e no rádio, uma série de candidatos disputa o seu voto. E, nessa corrida, vale de tudo. Uns chamam os netos para pedir o voto para a avó, outros fazem trocadilhos criativos, e muitos abusam dos jingles para chamar sua atenção. Mas, a maior preocupação dos candidatos que aparecem na TV é com a aparência.

Segundo uma matéria publicada no site G1, especialistas em moda dizem que pensar nas roupas usadas na campanha é de suma importância. Uma informação trazida na matéria é significativa. Na eleição presidencial norte-americana de 1960, quem ouviu pelo rádio o debate entre Richard Nixon e John F. Kennedy, deu a vitória ao primeiro candidato. Já aqueles que assistiam pela TV, consideraram que John F. Kennedy foi o vencedor. O motivo? Enquanto Kennedy se apresentou em um elegante terno, Nixon, mais preocupado com as idéias, foi vestido comumente. O resultado desta eleição a gente já conhece: o bem vestido vence o roto.

Aqui no Brasil, tivemos um caso parecido. Em 1989, nas primeiras eleições diretas para presidente após a Ditadura Militar, Lula e Fernando Collor fizeram um debate na TV. Lula ainda era um candidato operário, carregado de ideologias. Collor era o jovem, bem vestido, “caçador de marajás”. O resultado dessa eleição a gente também tem fresco na memória.

Uma outra coisa interessante que a matéria nos traz é justamente o que ela não traz. O G1 entrevista apenas especialistas em moda, ou seja, estilistas. Que questionamentos traz matéria? Nenhum!

E agora, eu pergunto: não seria o papel do jornalista mostrar que o quanto é besta essa preocupação? Por que, sinceramente, o que importa ao ELEITOR a importância da roupa do candidato? Não deveríamos olhar para a história e perceber que nem sempre quem se veste bem tem as melhores propostas e intenções? Não deveriam os jornais e portais de comunicação nos mostrar que o terno pode até ser Armani, mas, se ele for vazio de ideais, não há cristo que o faça colocar a política de pé?


Clara

domingo, 17 de agosto de 2008

COISAS ESTRANHAS VINDAS DE PEQUIM

As olímpíadas de Pequim estão gerando mil e uma especulações. Normal. A China é um país relativamente fechado, com uma cultura milenar, que hoje ganha milhões vendendo de tudo pra todo mundo, além de ter um "exército de reserva" que é o sonho de todo e qualquer bom capitalista.

Algumas pequenas falcatruas já foram descobertas nesses jogos. A menina cantora da abertura não cantava nada. Estava lá por que era bonitinha - e a verdadeira dona da voz, não. As "pegadas" feitas por fogos de artifício e mostradas como sendo "ao vivo", não eram. As crianças que representariam as etnias que formam a China, na verdade eram de uma só. Enfim, a China maquiou umas coisas, mentiu em outras. E todo mundo diz isso como se fosse uma aberração. Agora, quem me garante que em outras olimpíadas isso também não aconteceu?

Eu fico pensando, será quem em Sidney, em Atenas, em Atlanta, tudo foi perfeito? Não houve nenhuma mentirinha sequer? Nem um fakezinho??

É óbvio que foi feio demais tudo o que se descobriu nessas olimpíadas, mas será que as pessoas não estão pesquisando mais nesses jogos do que em outros justamente por a China ser o que é?


Clara

P.S: Aliás, é bem feio também o que os EUA estão fazendo com relação à classificação nessas olimpíadas. De uma hora para outra, segundo eles, o que passou a contar é o número total de medalhas e não mais só as medalhas de ouro. E, curiosamente, em Pequim, quem ganhou mais "ouros" foi a China, e não os EUA... Curioso isso, não?

domingo, 10 de agosto de 2008

PIAF- Um hino ao amor



"O mais impressionante mergulho de uma artista no corpo e alma de outra artista que jamais vi no cinema" -The New York Time-

O critico Stephen Holden do The New York Time traduziu com clareza o encantamento do filme Piaf nas telonas. Eu estava há meses tentando locar este filme e me arrepiei com a atuação de Marion Cottillard, uma atriz francesa de 33 anos que "incorporou" todo o sofrimento e pesar de Edith Piaf. Pelo olhar vidrante de Marion é possível ver a própria Edith. Impressionante!

A atriz interpreta a cantora desde os vinte e poucos anos até a sua morte aos 47 causada por câncer no fígado devido a uma vida de excessos de bebida, morfina e drogas. A performance de Marion já no fim da vida de Edith, é de deixar qualquer espectador de boca aberta. O trabalho corporal para dar vida as limitações causadas pelo reumatismo, sem caricaturar a personagem, é de uma sutileza e sensibilidade como há muito tempo não se via no cinema.

A tristeza, a aceitação do destino, o amor e o sofrer são temas não só das músicas que embalam a trilha sonora do filme, mas atuam como desabafos da própria cantora que via a música como a única forma de realização, já que a vida sempre lhe reservou tragédias.

O diretor e também roteirista Oliver Dahan teve muita maestria ao dirigir o filme. A opção pelo anacronismo, contribuiu para que através de passagens da sua vida entendamos o porquê de seu temperamento tão acirrado e da dependência das drogas. Sem optar pelo "classicismo" da narrativa.

Outro momento que me chamou bastante atenção foi a escolha por longos planos-seqüências. Dahan, através de uma seqüência sem cortes e por um travelling que durou mais de dois minutos em cima de Marion, mostrou passo a passo a gradação do desespero de descobrir que o seu grande amor havia morrido. Esta cena merece um olhar especial pelo espectador, pois dificilmente em um cinema americano, que é o que estamos condicionados a ver, assistiríamos a uma seqüência que prende a atenção do espectador com apenas interpretação e sem a utilização de recursos de montagem (corte).

PIAF-Um hino ao amor é um filme com emoção na dose certa. Ao abusar da maestria Dahan lembra ao mundo que a verdadeira nacionalidade da Sétima Arte, é FRANCESA! Lembranças aos irmãos Lumière.
JAQUE

domingo, 3 de agosto de 2008

MAIS UM PREJÚ!

Na semana passada, em Genebra, o Brasil perdeu FEIO MESMO o campeonato mundial para o super time OMC. A competição apelidada de Rodada Doha, foi a mais longa dos últimos tempos. O time do Brasil ficou sete anos em campo, trocando os jogadores um pouquinho aqui, outro ali, mas deixando firme no ataque o sagaz Celso Amorim. Porém, infelizmente nem mesmo o mestre dos dribles das "Ralações" Exteriores, conseguiu impedir a vitória da seleção que contava com uma zaga norte-americana, uma defesa indiana e um ataque europeu.

A diferença deste "joguinho" para as vibrantes copas do mundo que conhecemos, é que neste o povo não vibra, chora ou faz escândalo com o resultado, não na hora. Porque o rombo calculado em US$ 7 bilhões até 2014 devido ao fracasso do acordo multilateral para a nossa exportação, será sentido no "bolso furado" e no orgulho ferido de cada brasileiro, já que a solução para não cairmos na terceira divisão será abaixar a cabeça para a Argentina, e investir pesado no MERCOSUL.

JAQUE

sexta-feira, 25 de julho de 2008

REPRESSÃO

A nova campanha da marca de cosméticos O Boticário está no ar há mais ou menos um mês. E eu, como boa viciada em TV, há mais ou menos um mês me irrito com a inversão de valores defendida no comercial.

Entitulado "Repressão", a propaganda, feita pela empresa AlmapBBDO, mostra um mundo no qual as mulheres são todas iguais. Todas vestem um vestido cinza num estilo avental, usam por baixo uma camisa branca e tem cabelos pretos cortados na altura do queixo e com franja. Essas mulheres não sorriem. Elas são obrigadas a cortar os saltos de seus sapatos e queimar seus secadores de cabelo em uma fogueira no meio da rua. Também não há espelhos nos banheiros e tudo parece velho e quadrado.

Porém, há uma mulher que descobre em um velho sótão, uma caixa com um tesouro. Algo que há faz feliz, diferente do mundo em que ela vive. E esse "tesouro" é um batom. Um batom o Boticário. Vermelho. Forte. Vivo. E, ao passar esse batom, essa mulher é única. É bonita.

Essa representação do mundo sem vaidade de O Boticário - um mundo todo cinza, todo igual, infeliz - é praticamente a mesma visão de George Orwell em "1984" do mundo totalitário do "Grande Irmão". O mundo sem a valorização da beleza é cruel, castrador e insensível, assim como um estado governado por algo ou alguém que não aceita a diferença.

Agora, pense aqui junto comigo: como é o mundo em que vivemos hoje. Sim, esse mundinho aqui que tanto valoriza a beleza... Não é ele que quer que sejamos todos iguais? Todos magros, fortes, com medidas proporcionais e cabelos bem tratados? Não é esse mundo que da beleza supervaloriazada que propõe que sejamos todos atraentes, levando muita gente nem tão atraente assim a recorrer à academias, psicólogos ou cirugiões plásticos? Não é esse mundo que pede para termos "boa aparência" para simplesmente preencher uma vaga de emprego? Não é então o mundo da vaidade que não nos dá escolha? Que nos castra nas individualidades, que nos inibe de sermos nós mesmos, feios ou bonitos?

Então, me poupem.

E os publcitários que me desculpem, mas senso crítico é fundamental.


Abraços,


Clara Araújo

domingo, 29 de junho de 2008

PACIÊNCIA

Caros amantes do nosso blog (rsrsrs),

Peço que vocês tenham um "poquitinho" de paciência. O tumulto de final de período está grande!!

É só mais uma semaninha e nosso blog voltará 100% a ativa!!

Muita luz a todos!

Jaque

quinta-feira, 12 de junho de 2008

É Campeão!!

Bem, amigos do blog Aliás, voltamos à ativa! Recebemos reclamações de amantes das nossas postagens e, por isso, mesmo em meio ao tumulto de final de período da faculdade, retornamos à escrita!

E estou voltando para comentar a vitória do Sport Clube Recife na Copa do Brasil. Na verdade, vim aqui para comentar a narração de Cléber Machado, da Globo, durante o jogo.

Confesso que só vi o final da partida, quando o jogo já estava praticamente decidido: 2x0 para os nordestinos e um bando de paulista (atenção, eu sou paulista!) correndo desesperado atrás da bola pra ver se conseguia ao menos um golzinho.

Mas, o que me chamou mais a atenção foi que, em meio a um estádio lotado, maravilhado com a primeira conquista de seu time em um campeonato de proporções nacionais, Cléber Machado, com quem eu, até então, simpatizava, narrou a vitória do Sport com uma frieza e uma indiferença que me assustaram.

O texto foi o óbvio: “Termina o jogo. O Sport é o campeão da Copa do Brasil de 2008”. E se não foi exatamente isso, foi algo muito parecido. Mas a entonação parecia a de um torcedor do Corinthians, que, profissional, falava, sem palavrões, sobre a vitória do adversário.

Tudo bem que o Corinthians é a segunda maior torcida do Brasil e que, por causa disso, a Rede Globo está, ineditamente, transmitindo os jogos da segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Mas, onde fica o profissionalismo e a imparcialidade do narrador quando ele, visivelmente, estava mais a favor de um time do que de outro?

Isso nos faz pensar o quanto de dinheiro está entrando no caixa da Globo para que até as narrações sejam tendenciosas. Já sabemos que, quando é a Seleção Brasileira, isso é corriqueiro. Mas aí é a seleção, estamos todos juntos: Vamos! Pra frente Brasil! Brasil! Salve a Seleção!. Mas, na Copa do Brasil e diante de uma conquista inédita... Sinceramente, alguém me explica por que fiz questão de não entender.


Clara

quarta-feira, 14 de maio de 2008

GOL DE PLACA!

Depois de machucar novamente o joelho, de vir se tratar no Brasil, de revelar toda a sua, digamos, sobressalência de peso, de se “confundir” ao convidar três travestis para jogar conversa fora num quarto de motel e de perder a bela namorada, Ronaldo fez um gol de placa: “engravidou” sua ex-ex, Maria Beatriz Antony.
Gol de placa?? Sim, caríssimos, gol de placa!
Pensem comigo: o que é melhor para levantar a moral abalada de um astro do que um filho? Há notícia mais nobre na vida de um homem do que saber que vai ser pai?
Trocando em miúdos: num mundo capitalista e totalmente deus, família e propriedade, somente o nascimento de uma criança pode redimir alguém da ... pouca vergonha (para não dizer outra palavra com "p") cometida e divulgada nos jornais do mundo todo.
Agora, com a suposta gravidez de Bia Antony, Ronaldo volta a ser um bom moço, pai de família, casado, enfim, tudo aquilo que espera-se dele. E, por "espera-se", leiam Nike, Tim, e outras empresas que tem um bom dinheiro empenhado na boa imagem do jogador.
Desta gravidez da namorada de Ronaldo, o mínimo que se pode dizer é que ela veio em uma hora muito mais do que boa. Exista de verdade essa gravidez ou não.


Clara

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Falta mais o quê?

Sabe da última?
O mandante do assassinato da missionária Dorothy Stang, o fazendeiro Vitalmiro Moura foi absolvido essa semana. Detalhe, é a segunda vez que o fazendeiro é julgado pelo crime.
Porém o mais interessante está por vir. A defensora pública de Rayfran Sales, réu confesso do crime e condenado a 28 anos de prisão, Marilda Cantal (guarde este nome!), foi capaz de dizer que Rayfran só atirou sete vezes na missionária porque se sentira pressionado por ela.
Ora bolas, que homem não se sentiria pressionado, ou melhor conjugarei o verbo certo, AMEAÇADO por uma religiosa de 73 anos? E quem não pede para ser assassinado?( Ah, vai dizer que você ainda não pediu hoje....)
E não pára por ai. A "sóbria" defensora pública do século XXI disse que ele praticou um crime de natureza simples. É realmente tudo muito simples, eu que sou "quadrada" mesmo. Tudo deve ser muito normal para a "Digníssima" advogada Marilda Cantal. Dar sete tiros em uma missionária, jogar uma criança pela janela, arrastar outra por 7km...Normalíssimo. Só peço uma coisa. Por favor Dotora me apresente a Constituição que defende e apoia esses criminosos, porque eu, sinceramente desconheço...

JAQUE

sábado, 3 de maio de 2008

Sobre biocombustíves e o jeito ONU de ser.

É impressionante o poder das empresas petrolíferas no mundo. Sorrateiramente, sem que ninguém perceba, ela começam - e com força total - uma campanha para derrubar o uso dos biocombustíveis.
Você acha que eu estou louca? Então comece a juntar os pontos.
"O uso de biocombustíveis é um crime contra a humanidade", disse a Organização das Nações Unidas, há mais ou menos um mês atrás. E, hoje, o jornal "Folha de São Paulo" traz a seguinte notícia: "Relator da ONU pede limite ao biocombustível".
Segundo a matéria, em entrevista ao jornal "Le Monde", o novo relator da ONU para o Direito à Alimentação, Olivier De Schutter, pediu que se limite a produção de biocombustíveis para enfrentar a alta dos alimentos observada em todo o mundo. Ainda de acordo com a matéria, o relator defende que sejam congelados os investimentos no setor de biocmbustíveis.
Nos Estados Unidos e na Europa, sabe-se que cerca de 25% da produção de milho é destinada à fabricação de etanol. No caso do Brasil, a produção de álcool provém da cana-de-açúcar. Entre 309,8 milhões e 321,9 milhões de toneladas de cana colhidas nesta safra serão usadas na produção de biocombustíveis, enquanto de 248,3 a 257,9 milhões de toneladas serão transformadas em açúcar. O restante, de 49,6 milhões a 51,7 milhões de toneladas, será usado na fabricação de cachaça e rapadura e como alimento para gado, sementes e mudas.
Pois bem. As quantidades assustam, mas mais assustador é o movimento para que as pessoas passem a acreditar que, agora, o grande vilão dos famintos do mundo, é o biocombustível.
Só para citar mais dado, as vendas de carros com motor flex atingiram 192.718 unidades em março, ante 152.127 no mesmo mês do ano passado. Isso representa uma elevação de 26,7%. Em comparação com fevereiro deste ano, quando foram vendidos 168.744 carros flex, a alta foi de 14,2%.
Agora, pense comigo. Você acha que se eu que sou mais besta, com uma simples busca no google, consigo saber de todos estes dados, imagina o que os ricos empresários donos e adimistradores de fortunas em ouro negro não sabem? Quais previsões eles não têm em mãos? E de quais estratégias eles não são capazes de se utilizar para não perder seus ricos tostões?
É muito simples e cômodo para eles, lançar uma "campanha" pela erradicação da fome no mundo, encampada pela ONU - que é para não mostrar quem é que manda realmente - e dizer que o malvado a ser abatido, ou congelado, é aquele que mais perturba as suas vendas.
Além disso, a fome é um tema que toca a todos (ou alguém aqui não se lembra de qual foi o grande trunfo de Lula em sua primeira eleição?). As imagens de crianças esquálidas na África, suplicando por um grão de quaquer coisa, correm o mundo faz décadas. Só que todo mundo sabe, e, se não sabe, deveria saber, que a própria ONU não faz nada, ou faz muito pouco, para resolver o problema.
Mais uma vez, eu venho até aqui para perguntar: será que algum dia eu verei a ONU agir para além de interesses empresariais e midiáticos?
E mais uma vez eu recomendo, assista "Hotel Ruanda".


Clara

ESTOU APRISIONADA!

Interessante como vivemos aprisionados e vigiados 24 horas por dia e nem sequer percebemos. Nos tornamos reféns da insegurança a tal ponto que ficou mais aconchegante viver na clausura, dó eu tenho dos claustrofóbicos nesse século XXI.
Somos censores de nós mesmos, a precaução tem sido uma faca de dois gumes, de um lado ela se torna aliada, pois nos deixa mais atentos e cuidadosos, afinal você não vai andar de ônibus despreocupadamente às 22 horas no Rio de Janeiro e tão pouco dar uma volta no calçadão com uma cybershot à vista... E por outro lado nos deixa isolados, privados de desfrutar não a liberdade, porque como já dizia Sr. Shopenhauer “O homem, objeto entre objetos, coisa entre coisas, não possui liberdade de ação porque não é livre para deliberar sobre a sua vontade”, mas digamos desfrutar o sabor de simplesmente andar sem ter medo de ser assaltado, ou parar o carro na rua e saber que quando você voltar ele estará lá.
Toda essa reflexão veio à tona devido a uma visita a exposição *Arquitetura do medo do fotógrafo baiano-carioca André Gardenberg. Por um instante pude perceber como vivo a maior parte do meu dia atrás das grades e a frente de câmeras, sou coadjuvante de vários filmes e nem sequer sou capaz de notar, de tão banal que se tornou. O seguro é ser preso. É o grande Big Brother de George Orwell no livro 1984 se tornando cada vez mais presente, só que para Orwell o grande vilão era o Estado totalitário que controlava estritamente todas as liberdades, inclusive a subjetividade (onde realmente podemos ser livres). Só que a grande diferença é que no universo de Orwell a onipresença do Estado tornava o individuo prisioneiro, e no nosso caso é a ausência do Estado que faz com que criemos nossas próprias masmorras e fiquemos muito gratos por estarmos aprisionados dentro delas, ou não?!


JAQUE



*A exposição Arquitetura do medo está em cartaz no Centro Cultural dos Correios do Rio de Janeiro. Rua Visconde do Itaboraí, 20, centro. De terça a domingo, 12 às 20h. Grátis. Até 1ª de junho. Aproveite!!!!

domingo, 27 de abril de 2008

Façam suas apostas!

Terminada a reconstituição do crime-novela que comove o país e dado o tamanho do espetáculo que se está fazendo em torno do caso, não duvido nada nada que, atualmente, nos botecos, além de bolões sobre futebol, um outro tipo de aposta toma conta das discussões: quem matou Isabela Nardoni?

Por que, como já sabemos, faz um certo tempo, quem matou Odete Hoitman, resta-nos especular sobre a morte da menina, certo? E o Aliás não vai ficar fora dessa!

Por isso, estou lançando aqui e agora um bolão pra ver se a opinião de nossos poucos leitores irá de encontro com o laudo final das investigações.

Então, vamos lá:

Pra você, o(s) assasino(s) da menina é/são:

a) o pai e a madrasta
b) o prefeito do Rio, César Maia, pra ver se tira a dengue de foco (hein, hein... entendeu o trocadilho??)
c) a torcida do Corinthians, por que, se eles cairam, todos têm que cair.
d) Nenhuma das anteriores.


Antes que alguém fale alguma coisa, já vou dizendo que nós temos todo e total respeito pelo caso. Também achamos - não é mesmo, Jaque? - que cobrir um acontecimento tão cheio de peças que não se encaixam é algo que tem que ser feito.

A única coisa que questiono é o show (inclusive de audiência) que a morte de Isabela se tornou. Divulga-se qualquer coisa em nome da "notícia". Pouco importa se o que se mostra será determinado como verdade pela perícia ou quem quer que seja. Simplesmente coloca-se qualquer coisa no ar ou no papel em nome de ganhar um trocadinho a mais.

E tenho dito!


Clara

sexta-feira, 25 de abril de 2008

É simples viver uma vida simples?

A Organização das Nações Unidas vai lançar uma campanha em prol da vida simples. A proposta é de que, com a adoção de um estilo de vida menos luxuoso, os cidadãos do mundo estarão colaborando para a diminuição do aquecimento global.
Trocar o carrão 4x4, movido a diesel, por uma bicicleta (o cavalo de ferro da Jaque); consumir menos produtos plásticos e não utilizar aparelhos com baterias (leia-se celulares, i-pods e afins) acredito eu que sejam algumas das coisas que configuram na lista de possíveis ações que determinam a tal vida simples proposta pela ONU.
Pois é. Legal.
Agora, conta pra mim, vivemos em um mundo capitalista, não vivemos? E viver num mundo capitalista inclui comprar coisas, não inclui? E, só mais uma pergunta, comprar coisas inclui despertar desejos e necessidades, certo?
Pois é. Legal, mais uma vez.
Caríssimos, se precisamos comprar coisinhas pra que a roda do mundo continue a girar, e, se cada vez mais temos tudo e, por isso mesmo, o consumismo apela pro supérfulo do supérfulo, explica pra mim como é que essa campanha da ONU vai pegar?
Explica pra mim como é que vamos ser convencidos de que precisamos largar mão do nosso celular de última geração por que ele colabora com a poluição de um mundo todo poluído?
Ahh, pode-se usar o argumento de que o mundo vai acabar, de que nossos filhos, netos e bisnetos não desfrutarão das maravilhas naturais que temos e tivemos.
Sinceramente, num planeta em que convivem pessoas que tentam não morrer de fome com outras que lutam, com o mesmo vigor das primeiras, pra juntar mais um milhãozinho na conta, alguém aí acha que uma campanha para a vida simples vai ter algum efeito para além do blábláblá?
Eu acho que não.
Será que eu verei o dia em que a ONU vai fazer uma campanha que saia da esfera da atuação midiática e parta realmente para a ação que não necessariamente ação militar das suas “forças de paz”?
Bom, responda quem puder.

Dica do dia (ou da semana... ou do mês...): Assista: “Hotel Ruanda”. Grande filme !



Clara

domingo, 30 de março de 2008

A título de curiosidade: Você conhece os "cavalos de ferro?"

Os “cavalos de ferro” no Rio de Janeiro

Você sabia que no final do século XIX e no início do século XX, os cavalos de ferro eram sinônimo de elegância e riqueza, utilizados pelas mulheres da sociedade aristocrática carioca como forma de mostrarem a sua graça e delicadeza.
Com certeza você deve estar se perguntando: Mas que droga é essa de “cavalo de ferro” ? Vamos esclarecer então. Cavalo de ferro, é como eram conhecidas as ecologicamente corretas bicicletas hoje em dia. Privilégio, naquela época, apenas das melhores famílias fluminenses.
A bicicleta, ou melhor velocípede (velo = veloz ; pieds = pés), foi criada em Paris, no ano de 1861 pelos irmãos Pierre e Ernest Michaux. O nome bicicleta viria anos mais tarde, com a invenção dos modelos acionados com correntes. Antes o pedal era fixado junto a roda dianteira, e um giro de pedal equivalia a um giro de roda ( imagine a “perninha” que os ciclistas tinham naquela época...)
Hoje os cavalos de ferro invadem cada vez mais as grandes cidades, e tornam-se a melhor alternativa contra os trânsitos caóticos das metrópoles. O Rio de Janeiro, por exemplo, conta com a maior malha cicloviária do país, são 140 km de ciclovias dispersas pela cidade.
Sem perder sua graça e elegância, a bicicleta se populariza cada vez mais, e deixa de ser uma forma de lazer, para se tornar um eficiente meio de transporte, defendida principalmente por aqueles que tem uma preocupação com uma melhor qualidade de vida. O que falta agora, são os governantes investirem mais nessa alternativa ( bicicletários, ciclovias interligadas, integração bicicleta/ônibus..), que há muito tempo deixou de estar nas mãos dos que tem poder, mas que infelizmente ainda depende deles para efetivamente funcionar como meio de transporte.

JAQUE

quarta-feira, 12 de março de 2008

Reflexões sobre uma notícia velha - ou - Lula lá.

Na última sexta-feira, dia 07/03, o Presidente Lula veio ao Rio para inaugurar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC. As promessas do projeto incluem a construção de hospitais, escolas, áreas verdes, além do alargamento de ruas e saneamento básico em pelo menos três comunidades pobres do Rio: Complexo do Alemão, Manguinhos e Rocinha.
É fato que, nunca antes na história deste país - só pra usar um expressão "da moda" - o Estado entrou , ou pelo menos tentou entrar tão forte e maciçamente nessas comunidades, que, há tempos, estão abandonadas pelo poder público. Para não dizer que isto nunca aconteceu antes, talvez possamos lembrar do finado Brizola, que um dia também "ousou" levar escolas e clubes para as favelas.
Guardadas as devidas proporções do populismo e do possível caráter eleitoreiro das obras, não podemos nos esquivar da importância que tem para os moradores destas favelas a presença de um Presidente da República em suas comunidades.
Uma moradora do Complexo do Alemão disse o seguinte sobre a visita de Lula: "Quero dar um abraço naquele homem que é do povo e se importa com a gente. Prova disso é que ele vem aqui, pertinho da gente, onde só a polícia chega".
Como eu disse, podem chamar Lula de populista, oportunista e blablablá, mas que a ida dele às favelas e a vontade de realizar obras para a real inclusão do povo favelado foi, sim, um marco importante na vida de quem mora por lá, ah, isso foi.
Só peço para que as obras sejam cumpridas, os empregos prometidos dados e as melhorias estabelecidas. Só peço para que,mais uma vez, Lula não faça apagar a chama esperançosa que ele fez surgiu num povo.


Clara

terça-feira, 11 de março de 2008

Pensamento do Dia:

"Bem-aventurados são os ursos, porque deles é a hibernação".

Ou vai dizer q dormir não é bom??

hehehehe...


Clara


terça-feira, 4 de março de 2008

Prozaquianos

"É melhor ser alegre que ser triste. Alegria é melhor coisa que existe.", diz a letra de música. E diz tão bem dito, tao cândida e delicadamente que é impossível discordar. Sim, ser feliz é bom! O sentimento de felicidade é realmente como uma luz no coração. Porém, há outra letra de música que diz o seguinte: "a felicidade é como uma gota de orvalho em uma pétala de flor". E, mais uma vez, o tempo da delicadeza se faz presente e havemos de concordar com Tom Jobim. Quer dizer, concordar em partes. Acho eu que a felicidade não é tão efêmera assim. Mas o caso de que quero tratar não é esse.
Pesquisas recentes feitas na Inglaterra demosntram que é crescente o número de pessoas que tomam antidepressivos. E aqueles que se utilizam desses remédios não são, necessáriamente, pessoas deprimidas. Tímidos, introvertidos, adolescentes e etc também tem feito uso de remédios simplesmente para se sentir bem.
A coisa funciona mais ou menos assim: a pessoa não aceita ser infeliz, arranja uma cartela de Prozac, e volta a sorrir. Mesmo que sua infelicidade seja momentânea e passageira como a gota de orvalho na pétala de flor.
Os antidepressivos são remédios fortes, que mechem com o sistema nervoso do paciente que se utiliza dele. Além disso, como toda droga, eles podem causar dependência. Por isso mesmo, assim como todo e qualquer medicamento, remédios para depressão devem ser consumidos somente com determinação médica.
A utilização dos antidepresivos por aqueles que não sabem lidar com a tristeza, é reflexo de uma sociedade que nos empurra padrões de felicidade. Temos que usufruir da alegria das propagandas de refrigerante. Precisamos nos divertir tanto quanto os personagens de comerciais de celular. Só que não somos tão belos, não somos tão famosos, e a vida não é tão festiva quanto nos mostram nos intervalos da novela. Temos que trabalhar, enfrentar fila, ônibus lotado... É duro...É triste.
É, caríssimos, é duro de adimitir: a tristeza faz parte da vida. E a trsteza nos ajuda a crescer. Nos mostra que, por pior que as coisas sejam, tudo se resolve. E que, ao contrário do que diz a segunda letra de música citada no primeiro parágrafo, tristeza tem fim sim.


Clara

domingo, 2 de março de 2008

A nova menina de ouro dos olhos da HBO


Hoje é a estréia mundial da mais nova aposta da HBO no mercado latino americano, Capadócia- Um lugar sem perdão. A série é a quarta, de um investimento na América latina, que já gerou séries respeitadas como Eptáfios (Argentina), e outras mais mornas como Mandrake ( Brasil) e Filhos do carnaval (Brasil).
A HBO inve
stiu pesado nos primeiros 13 episódios da série. Especula-se que U$ 100 milhões foi a quantia mínima utilizada para garantir o alto padrão de qualidade(filmado em 16mm), o elenco de primeira linha em sua maioria de atores mexicanos, e a direção de Javier Patrón (FOX), Carlos Carrera (O crime do Padre Amaro) e Pedro Pablo.
Capadócia, é o nome de um moderno presídio feminino na Cidade do México. O interesse político e comercial ergueram este “submundo”. Uma das preocupações dos roteiristas foi trazer os dramas de cada prisioneira para próximo da realidade, possibilitar a identificação do telespectador com as histórias dos personagens foi o que regeu a construção da série.
Agora, resta aguardar e conferir se o Carandiru melhorado, a mistura de tráfico, prostituição e hipocrisia que transformam Capadócia no "Inferno que ninguém quer estar", vai agradar ao público e ser sim, o inferno que a Home Boxe Office quer mergulhar até a alma .


jaque

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Geração Malboro?

Você sonha em ter filhos? Gostaria de ver sua prole bela e feliz brincando saltitante em parquinhos e desfrutando de plena saúde?
Agora, outra pergunta: você fuma?
Essas perguntas parecem não ter ligação nenhuma, porém fumo e filhos saudáveis estão bem ligados sim. Um estudo norte-ameriacano divulgado recentemente mostrou que danos causados ao esperma podem ser passados para gerações futuras.
Segundo o estudo o esperma pode ser "danificado" se seu "dono" tiver contato com substâncias tóxicas. Nos ratos usados na experiência, as subtâncias tóxicas em questão foram agrotóxicos. Nos homens, dizem os pesquisadores, as toxinas estariam presentes no álcool e, principalmente, no cigarro.
Os efeitos nocivos das toxinas presentes no cigarro, dizem os pesquisadores, danificam os esperma ocasionando a possibilidade de que os filhos gerados por este mesmo esperma venham a ter problemas nos rins, de fertilidade, entre outros.
Além disso, ainda de acordo com o estudo, os danos não são somente passados aos filhos do pai fumante como para os netos, bisnetos e tataranetos do dito cujo.
Portanto, se você respondeu sim às duas perguntas que abrem este texto, é melhor repensar a vida que você leva. E, se optar por continuar fumando, pense duas, três vezes antes de ter filhos.


Clara

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

O Poder do Diminutivo

Vou lhes contar um caso verídico.
Certa vez um jornalista escreveu para um conhecido contando sobre as férias que passava. Nesta carta, ou e-mail (acho que foi e-mail pois o caso é recente), o tal jornalista dizia que estava feliz pois finalmente realizava um sonho: o repórter havia, enfim, conseguido se aventurar a escrever alguns versos em um jornalzinho local.
Para a surpresa do jornalista, a resposta de seu conhecido foi curta e grossa. O amigo escreveu que referir-se ao jornal em que trabalhava como "jornalzinho" pegava mal... Afinal de contas, jornalzinho é diminuitvo e diminuitvo, haha, pasmem, diminui. E - continuava o amigo - se o jornal é pequeno, significa que aqueles que trabalham lá compartilham desta mesma pequenês e blablablá blablablá.
O jornalista então, surpreso com a reação do amigo, disse que sua intenção não era esta. Disse também que em nenhum momento pensou em diminuir o veículo que o acolhera ou as pessoas que lá trabalhavam. Ele apenas havia sido carinhoso com o jornal que possibilitava a realização de um sonho antigo. Só isso.
Suas explicações, porém, de nada adiantaram. O tal amigo continuava parado feito um dois de paus em suas convicções: "diminutivo é para os fracos!", concluía o amigo.
No fim, o jornalista, com medo de que a história, de alguma maneira, chegasse aos ouvidos de seus companheiros de trabalho (vai que eles entendessem tão errado quanto seu amigo...) nunca mais se referiu ao tal jornal no diminutivo. Era jornal e ponto final.
Perdido o carinho, afinal de contas, este também é "inho", restou apenas ao jornalista o frio, seco e objetivo grau normal dos substantivos.



Clara

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Um crime para comentar, e nem sempre um samba para distrair

Você está convidado a relaxar nas belas piscinas naturais de Maceió, a desfrutar praias de água morna e cristalina , e a sentir o frescor da brisa vespertina em deliciosas caminhadas pela orla marítima. Que tal? Gostou? Sair da tensão diária de viver em uma cidade como o Rio de Janeiro é tentador, mas nem sempre agradável, principalmente quando a policia civil do estado de Alagoas está em greve.
A precariedade do sistema de segurança pública do estado de Alagoas, só começou a ganhar notoriedade na grande mídia há menos de um mês, quando 140 assassinatos foram contabilizados só em janeiro de 2008. Vale a pena ressaltar: a contagem é de uma polícia que se dispõe a fazer somente 50 ocorrências diárias. Caso ocorram 51 crimes por dia, sinto muito, mas as metas já foram alcançadas. Volte bem cedo no dia seguinte, e quem sabe você conseguirá registrar a queixa.
O tom foi sarcástico, mas é a verdade. Em Maceió só são registradas 50 ocorrências por dia. Segundo a polícia militar, o registro de queixas é um trabalho da polícia civil. Para não deixar a população sem assistência devido a greve, a PM assumiu a tarefa de emitir o boletim de ocorrência, mas em curta escala.
Porém a atitude da policia militar, torna a criminalidade um problema menor do que realmente é. As estatísticas, uma vez que baseadas em dados emitidos pela polícia, retratam uma realidade que não condiz com a verdade. A manipulação não está apenas no controle das ocorrências emitidas, mas também na qualificação do crime. Os policiais consideram qualquer ato de subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem como furto.
No entanto, no campo das leis há significativas diferenças entre roubo e furto. No primeiro, o ato é seguido de grave ameaça ou violência, e a pena miníma é de quatro a dez anos de reclusão. No segundo, não há ameaça e é praticado às ocultas, a pena mínima é de um a quatro anos.
Os jornais locais, como a Gazeta de Alagoas, da Organização Arnon de Mello (que tem como proprietário o ex-presidente Fernando Collor) traz estampado diariamente em sua manchete casos de homícidio e chacinas. A pergunta que não quer calar é: E se fosse no Rio de Janeiro? As manchetes locais com certeza, já teriam ganhado o mundo, a Força Nacional já estaria nas ruas cariocas e a guerra civil anunciada.
A falta de visibilidade na mídia do problema vivido pelo estado de Alagoas, é um pequeno exemplo do carater elitista das grandes corporações de comunicação, que se concentram no eixo centro-sul do país. Fica claro que a notícia de um epsódio como o de Maceió, ganha muito mais repercussão quando atinge as regiões que abrigam o poder informacional, ecônomico e tecnológico, como o Sudeste.
A idéia de uma imprensa que resguarda os principios democráticos, e zela pelo bem estar de todo o povo brasileiro é utópica, assim como a tranquilidade e segurança de uma deliciosa caminhada pela orla maritima de Maceió.
Jaqueline Deister

sábado, 26 de janeiro de 2008

Blog às moscas... Férias produtivas!!

Povo...
Povo que não lê este blog!! Ou, se lê, não comenta!!
hehehehehe...

Pois é, parece que faz tempo que ninguem dá as caras por aqui, né?

Mas isto, tratando-se das escritoras oficiais disso aqui, é até um bom sinal. Esta falta de postagens significa que a vida "lá fora" tá animada e não nos tem deixado muito tempo para a atividade blogueira.

A Jaqueline, por exemplo, passeia pelas beeelas paisagens Maceioenses participando do Congresso Brasileiro de Estudantes de Comunicação Social, mais conhecido como COBRECOS. Mas os acontecidos por lá, depois ela conta pra vocês.

No meu caso, estou me inciando verdadeiramente na vida jornalística. Estou fazendo um estágio de férias num jornal daqui da minha cidade (Guaratinguetá/SP) e estou me divertindo com as descobertas e afazeres no mundo das notícias.

É interessante, por exemplo, perceber que, ao contrário do que dizem muitos, a teoria é importantíssima para a prática. É claro que o nosso raciocínio no trabalho diário não é o mesmo do que quando estamos pensando academicamente. Mas, no caso do jornalismo, e especificamente, do jornalismo que se aprende na UFF, a teoria é bastente eficiente nas hora de aperto.

Portanto, se você é um vestibulando pensando no que fazer da vida, o jornalismo é uma opção interessante para aqueles que acreditam no prazer e na possibilidade de se noticiar coisas. É uma profissão desafiadora e instigante.

E se você é vestibulando que já sabe o que quer fazer da vida, saiba também que a UFF é uma boa opção no quesito "universidades". Temos problemas lá, óbvio. É óbvio que temos professores que fingem dar aulas. É óbvio que a estrutura muitas e muitas vezes deixa a desejar. Mas, em compensação, os bons professores existem e, pode ter certeza, fazem toda a diferença em relação a qualquer faculdade paga que exista por aí!

Aliás, se você é um vestibulando, sai da frente do computador e vai estudar!!! Mas não deixe de ler nosso blog, hein!!! hahahahahahaha...

Beijos pra todo mundo.

Clara


P.S: Não, nós não recebemos comissão pra fazer
propaganda da UFF! rs...

sábado, 5 de janeiro de 2008

Prosa caótica - ou - Desabafo ufanista

Pensamento do dia: "A língua é minha pátria. E eu não tenho pátria, tenho mátria e quero frátria" ... Valeu, Caê!!

Uma vez li um livro do historiador Lucian Febvre em que ele, entre outras coisas, explicava a importância da língua única para se conseguir criar uma unidade nacional.

Trocando em miúdos, o negócio é o seguinte: quando todos falamos a mesma língua, todos nos reconhecemos, nos vemos como iguais e, logo, sabemos que ali encontra-se um ser "amigo".
Pois bem.
Aqui no Brasil, a língua nacional é o português, certo? Temos diferenças culturais que influenciam nos sotaques e nos "nomes que damos para as coisas", mas, na regra e no final das contas, somos todos falantes da inculta e bela "última flor do lácio".
Porém, posso estar ficando louca, mas me parece que a cada dia que passa as pessoas por aqui estão abandonando o português pra passar a usar o inglês. E isso até quem é cego vê!
Se já não bastasse a preguiça antepassada de traduzir termos de informática (e por isso agora eu escrevo aqui em um "blog"), hj a lezeira toma contas das cidades. Deixamos de ter descontos em lojas para termos 10, 20, 30% "OFF". As liquidações não existem mais, agora pra fazer a xepa, minha querida, recorras às vitrines com o dizer "SALE". Isso sem falar nas entregar que já faz um certo tempo que passaram a ser "DELIVERY".
Acho que se eu fosse listar aqui as coisas que vejo por aí não traduzidas do inglês, passaria a noite escrevendo. Mas o que realmente irrita é que as pessoas deixem de usar sua língua materna simplesmente por acreditarem que a outra te dá mais "cara de moderna" ou qualquer coisa do gênero.
O que irrita é o quanto nos desvalorizamos diante de nós mesmos. Achamos bonito o estrangeiro e brega o brasileiro. Ou vai dizer que vc não acha bem mais legal ir a um "dance club" do que assumir que vai a um clube de dança??
Não estou pregando nenhum boicote ao que vem de fora. Xenofobia não, por favor. Nem estou pedindo pra que façamos o que sugeriu Policarpo Quaresma. Só acho que a gente pode passar a se olhar de uma maneira mais, digamos, gentil. E acho também que esse é um passo importante pra que a gente abra os braços e faça dessa terra um país.


Clara