terça-feira, 30 de novembro de 2010

O que não quer calar


É. Parece que acabou. A semana repleta de tiros, veículos incendiados e jornais pingando sangue passou e  agora podemos seguir nossas vidas, certo?

Pois é. Para quem não está acordando todos os dias com homens armados até os dentes na porta de casa, e para quem não está tendo sua casa revirada e, muitas vezes, saqueada, a guerra está vencida, os heróis declarados e já podemos pensar nos presentes de natal.

No entanto, os moradores das comunidades do Complexo do Alemão, da Vila Cruzeiro e da Penha, assim como tantos outros de outras comunidades pobres, estão vivendo um inferno. Vídeos com reclamações de moradores estão aparecendo. Denúncias de abusos de autoridade, vindo à tona. Isso tudo depois de viver dias de guerra.

Nossa polícia é históricamente mal preparada e truculenta. Sua ação depois dos seguidos ataques a veículos no Rio de Janeiro era necessária, mas eu pergunto: desde quando era sabido que o exército do tráfico existia? Certamente desde muito antes da última e derradeira semana. Então, por que não se fez nada antes nessas comunidades? Por que elas estão abandonadas pelo poder público há tanto tempo?

Perguntas que a gente sabe a resposta, mas que não fazemos muita questão de enxergar. Afinal de contas, o calor chegou, o céu está azul, o fim de ano está aí e daqui a pouco é carnaval.


Clara Araújo

sábado, 20 de novembro de 2010

Todo dia é dia!

Evocar o passado para evitar os erros no presente. 




Sem distinção de cor. 
A miscigenação é a base do Brasil! 
Sem distinção de raça.
Afinal, antes de negros, brancos, amarelos e mulatos: SOMOS HUMANOS!


Jaque Deister

domingo, 7 de novembro de 2010

Licença poética - ou - Declaração de amor.


Peço licença aos leitores do Aliás para falar um pouco sobre mim. E faço isso por que os pensamentos que irei expor aqui surgiram em formato de texto em minha cabeça faz dias. É algo que precisa ser colocado pra fora e que está sendo trabalhado em palavras por mim sem muita pretensão.

Namoro faz quatro anos num relacionamento construido a distância. Isso por que, há quatro anos, passei na faculdade de jornalismo e me mudei para Niterói, RJ. E meu namorado mora em Guaratinguetá- SP. Loucura? Pode até ser.

Mas acho que essa foi a loucura mais certa que já fiz na vida. Não que minha vida seja rechada de atitudes impensadas. Aliás, longe disso. Sempre fui muito comedida, recatada, comportada. E houve um tempo que isso me fez mal. Hoje, não mais. Mas essa é outra história.

Voltando ao meu namoro, mesmo ele sendo vivido de maneira virtual quase que integralmente, o que conseguimos construir foi algo tão real e sólido que me emociona até mesmo nos meus momentos mais céticos.

Somos companheiros um do outro. Nossa companhia, muitas vezes, nos basta. Rimos das mesmas besteiras, pisamos um mesmo chão, não sonhamos os mesmos sonhos, mas sabemos respeitar nossas diferenças.

Passamos por crises, umas mais tensas, outras mais sérias. Mas o bom é que elas passam. E hoje, creio, estamos na fase do "re".

Depois de quatro anos, resolvemos reaprender um sobre o outro. Queremos revisar nossos conceitos, redescobrir nossos segredos, retirar o que atrapalha e nos reapaixonar pelo amor que sentimos para fazê-lo ainda maior.

Isso se faz necessário para que o nosso relacionamento se renove, se recrie, se reinvente. E para que a gente siga construindo esse caminho longo que se trilha. 

Talvez esse homem que eu gosto tanto esteja lendo esse texto e sentindo uma certa timidez por ver um pedaço de nossa vida exposta. Talvez não. Mas o fato é que, como eu disse no início, senti muita necessidade de expor esse meu sentimento. E talvez isso faça parte dessa minha reavaliação.

O que importa é que, assim, seguimos. Até os 120 anos.



Clara Araújo