domingo, 29 de março de 2009

Nós que aqui estamos, por vós esperamos



Pílula para a mente:

Assisti um documentário que merece ser visto por TODOS. Na verdade não é questão de merecimento e sim de necessidade, é uma verdadeira aula de História sobre o século XX. NÓS QUE AQUI ESTAMOS, POR VÓS ESPERAMOS (1998) é um filme brasileiro dirigido por Marcelo Masagão e premiado no Festival de Gramado (1999) e Festival de Recife. O diretor constrói um mosaico da História da Humanidade no século passado baseado em pilares como a psicanálise, as guerras, as revoluções tecnológicas, a religião e a esperança.

A pesquisa realizada para a produção do documentário é de tirar o chapéu. São trechos de filmes clássicos como de Dziga Vertov, que retratam o impacto das indústrias na sociedade moderna, arquivos de imagens de fotógrafos como Sebastião Salgado e Robert Capa que mostram o lado obscuro do desenvolvimento do capitalismo: as guerras, o homem reduzido a condições animalescas e a crença na esperança. Toda a contradição que foi o século XX foi montada em uma narrativa simétrica, ao som de Win Mesten, com fragmentos textuais de importantes pensadores.

Delicie-se com uma viagem pelos paradigmas do século XX e descubra a associção do nome do filme com um lugar para lá de inusitado no interior do Estado de São Paulo, que amarra a obra com chave de ouro!

***Trechos do filme:

“Há três tipos de déspotas:
O que tiraniza o corpo: O Príncipe;
O que tiraniza a alma: O Papa;
E o que tiraniza o corpo e a alma: O Povo”

Oscar Wilde

“O homem criou as ferramentas e as ferramentas recriam os homens.”

Marshall McLuhan

“Yuri Gagarin-O PAI- um camponês na União Soviética que conheceu a eletricidade em 1931; Yuri Gagarin- O FILHO- primeiro homem a viajar para o espaço em 1961”.

Beijos
Jaque Deister

3 comentários:

  1. Parabéns! Admirável reportagem!

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  2. Esse filme é espetacular, indispensável mesmo!! Tive a sorte de assistir 2x no mesmo mês: na TV Brasil, num sábado desses, e logo em seguida na faculdade... Muito bom!

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  3. O filme é esplendoroso. É a arte-registro da experiência de personagens-fatos que exprimem com seus pedaços de vida, muitas vidas.Porém, há um roteiro nesse falso caos de imagens, o que coloca tudo que é vivo em diálogo direto com a morte ( não aquela morte para o fim, mas sim, a morte-recomeço). É na encantadora perfórmance de edição que Marcelo Masagão e Win Mesten alcançarão em " NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS " uma relação quase bergmaniana do Homem com a morte. Assim, eis a obra capaz enxergar em um século conturbado por guerras e revoluções, um mundo onde a morte surje para sublimar a vida. UM ABRAÇO A TODOS!!!

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