terça-feira, 21 de outubro de 2008

E o perdedor é...

O confronto entre policiais civis e militares, em São Paulo, no último dia 16 de outubro, mostrou, fundamentalmente, duas coisas: que houve erro no planejamento da segurança do Palácio dos Bandeirantes durante a manifestação, e, o mais grave de tudo, que a divisão entre as polícias de São Paulo é mais profunda do que se pensava.
Vamos começar pelo segundo e mais grave erro.
Quem é paulista sabe: a rixa entre policiais civis e militares no estado não vem de hoje. Há muito tempo escutamos histórias de que as duas instituições, ao invés de se ajudarem, travam disputas de poder para saber quem é que manda mais.
Aí, a Polícia Civil entra em greve e resolve fazer uma manifestação. E, o objetivo dessa manifestação era entrar em uma área proibida para todo e qualquer manifestante: os arredores do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
E, para fazer a segurança da área, este mesmo governo, na figura da Secretaria de Segurança Pública, chama Policiais Militares, a Tropa de Choque (também militar) e grupos táticos da Polícia Civil para conter a manifestação dos próprios policiais civis.
No caminho da manifestação, os grevistas conseguiram passar por 3 barreiras de PM’s. Porém, ao chegar ao Palácio, encontraram a Tropa de Choque montada em cavalos e seus próprios colegas civis, armados. Durante o embate, os policiais civis que estavam lá para conter a manifestação e ajudar a PM, mudaram de lado e passaram a apoiar os grevistas.
Tumulto pronto e estabelecido, vemos, enfim, a concretização da de uma disputa velada durante anos: polícia contra polícia, um duelo de forças que não resultou em nada.
Ou melhor, teve um resultado sim: a greve ganhou ainda mais força. E mostrou a fragilidade na capacidade de planejamento da Secretaria de Segurança pública de São Paulo.
Enquanto isso, os cidadãos ficam a deriva, esperando que os ânimos se acalmem e que a normalidade se (re?) estabeleça.
Clara

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