sexta-feira, 25 de abril de 2008

É simples viver uma vida simples?

A Organização das Nações Unidas vai lançar uma campanha em prol da vida simples. A proposta é de que, com a adoção de um estilo de vida menos luxuoso, os cidadãos do mundo estarão colaborando para a diminuição do aquecimento global.
Trocar o carrão 4x4, movido a diesel, por uma bicicleta (o cavalo de ferro da Jaque); consumir menos produtos plásticos e não utilizar aparelhos com baterias (leia-se celulares, i-pods e afins) acredito eu que sejam algumas das coisas que configuram na lista de possíveis ações que determinam a tal vida simples proposta pela ONU.
Pois é. Legal.
Agora, conta pra mim, vivemos em um mundo capitalista, não vivemos? E viver num mundo capitalista inclui comprar coisas, não inclui? E, só mais uma pergunta, comprar coisas inclui despertar desejos e necessidades, certo?
Pois é. Legal, mais uma vez.
Caríssimos, se precisamos comprar coisinhas pra que a roda do mundo continue a girar, e, se cada vez mais temos tudo e, por isso mesmo, o consumismo apela pro supérfulo do supérfulo, explica pra mim como é que essa campanha da ONU vai pegar?
Explica pra mim como é que vamos ser convencidos de que precisamos largar mão do nosso celular de última geração por que ele colabora com a poluição de um mundo todo poluído?
Ahh, pode-se usar o argumento de que o mundo vai acabar, de que nossos filhos, netos e bisnetos não desfrutarão das maravilhas naturais que temos e tivemos.
Sinceramente, num planeta em que convivem pessoas que tentam não morrer de fome com outras que lutam, com o mesmo vigor das primeiras, pra juntar mais um milhãozinho na conta, alguém aí acha que uma campanha para a vida simples vai ter algum efeito para além do blábláblá?
Eu acho que não.
Será que eu verei o dia em que a ONU vai fazer uma campanha que saia da esfera da atuação midiática e parta realmente para a ação que não necessariamente ação militar das suas “forças de paz”?
Bom, responda quem puder.

Dica do dia (ou da semana... ou do mês...): Assista: “Hotel Ruanda”. Grande filme !



Clara

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