Nas últimas quinta e sexta-feira, 16 e 17 de setembro, participei do seminário de capacitação da Rede de Radialistas no Enfrentamento à Violência contra a Mulher, aqui no Rio de Janeiro. Confesso que fui sem muitas espectativas, muito por que estava tomada de um pré-conceito de que ser feminista era ser radical - no mal sentido da palavra - e sectária. E, como já está óbvio, não foi isso que encontrei. Muito pelo contrário.
Para começar, uma das palestras do primeiro dia do encontro foi com o psicólogo Eduardo Worms, do Instituto Noos, que trabalha com a questão da violência contra a mulher através do olhar masculino. E só com essa palestra meus pré-conceitos já cairam por terra.
Eduardo mostrou como o homem, mesmo sendo agressor, muitas vezes sofre com a situação, mas não sabe como resolvê-la. Além disso, o psicólogo mostrou que nós, mulheres, acabamos não entendendo direito o universo masculino e forçando situações que geram raiva, estresse e ansiedade.
Como exemplo, Eduardo Worm disse que, para um homem, é muito mais fácil calar do que falar. Enquanto para nós, mulheres, o silêncio tende a ser incômodo. Por isso, acabamos forçando para que o homem que está ao nosso lado fale, converse, quando, na verdade, o que ele mais precisa é ficar quieto no canto dele.
Antes que me crucifiquem e digam que estou defendendo quem agride e dizendo que a culpa de toda agressão é da mulher, eu esclareço: não é isso o que estou falando. Estou apenas dizendo que toda relação é feita de, no mínimo, duas pessoas. E que, muitas vezes, fechamos os olhos para o outro e esperamos que esse outro faça coisas que, para nós, são completamente normais e necessárias. Mas não pensamos que para ele isso talvez não seja.
Mas, voltando a palestra, o psicólogo também apresentou dados que demonstram o tipo de sociedade que estamos formando. Segundo pesquisa do Instituto Noos, em geral, o autor de violência foi, em sua infância, vítima de violência. Desses, 72% se lembram de ter visto ou sofrido algum tipo de agressão dentro de casa. E isso me faz pensar no tipo de educação que damos às crianças. Mas isso é e já foi assunto para outro post.
Por fim, registro aqui outros dados assustadores sobre a violência contra a mulher:
- De cada 10 casos de violência contra a mulher, sete foram cometidos por pessoas de conhecimento íntimo (maridos, namorados, amantes, etc);
- No Brasil, a cada 15 segundos uma mulher é vítima de violência;
- Estima-se que mais da metade das mulheres agredidas não denunciem seu agressor.
Por fim, fica a mensagem: toda forma de violência contra a mulher é crime e deve ser denunciada. Mais do que isso, deve ser combatida. Por mulheres e homens. Afinal, somos todos iguais, certo?
(Ah! E antes que eu me esqueça. Você, paulista, que vota em SP e que está lendo esse post, vale a pena ler esse outro aqui também. Trata-se de uma "campanha" para que o Netinho de Paula, não seja eleito senador por SP - aliás, nem por SP, nem por lugar nenhum. Um cara que a acha que a violência resolve as coisas, não pode nos representar!)
Clara Araújo
Clarinha, se eu votasse em SP, nunca que sequer cogitaria em votar no Netinho. Faço campanha já no Twitter (@jefsnakepit), com meus amigos paulistas, para que não votem nesse crápula.
ResponderExcluirTe achei pelo Facebook, é ótimo ter notícias suas!
Beijo e um abraço, seu amigo Jeferson.