sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Choque de ordem


Uma das principais promessas de campanha do atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o chamado “Choque de Ordem”, começou a ser colocada em prática essa semana.
Nas palavras do secretário municipal de ordem urbana, Rodrigo Bethlem, essas medidas tem o caráter de devolver aos cidadãos os espaços públicos ocupados ilegalmente tanto por mendigos e quanto por meninos de rua.
Fazendo um exercício fácil e rápido de análise do discurso, podemos tirar uma triste conclusão da política do atual governo da “cidade maravilhosa”: mendigos e meninos de rua não são cidadãos e não tem o direito de ocupar os espaços públicos.
Ora, considerando que essas pessoas não são cidadãs a culpa disso é de quem? Deles próprios ou da sequência histórica incessante de políticas públicas de exclusão?
Fica a pergunta.
Clara

7 comentários:

  1. O que me intriga mais é pra onde vão esses "não-cidadãos". Se não podem ocupar espaços públicos ocuparão então o que?! Lagoas?

    OBS: Li hoje a matéria do G1 sobre a premiação do Globo de Ouro ao falecido Coringa de "Batman e o Cavaleiro das Trevas". O que vocês acham disso?
    Acho que renderia um bom post, já que premiações póstumas são bem raras (e polêmicas).

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  2. Ficam as perguntas e cada vez mais, as respostas são meros discursos de higienização. Tudo vira motivo para juntar esse punhado de estorvos sociais e dar cabo de suas presenças momentaneamente. Sem querer ser preconceituoso, mas citando Raul e as moscas de sua sopa: Você me mata e vem outros em meu lugar. Talvez tenhamos a frente mais quatro anos "eletrizantes" na ordem pública. Muda a gestão, muda o quadro político, só não muda a vida dessas pessoas que vivem ao sabor da própria sorte (ou seria azar).

    É. Essa é a Cidade Maravilhosa. O Carnaval está chegando. É preciso honrar a marchinha aos turistas. Pega mal mendigo na rua.

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  3. A verdadeiro nome disso é limpeza. Hoje caminhando pela Rua da Assembléia no Centro do Rio, me deparei com uma poça de esgoto em frente ao restaurante Delírio Tropical, um nojo só...
    Não é que o estabelecimento estava funcionando normalmente, isso aí. Choque de ordem só funciona para preto, pobre e camelô.
    Há muito tempo tinha um governador na Guanabara, que adorava sumir com mendigos.As coisas não mudam só mudam de roupagem.
    Abraços!

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  4. A verdadeiro nome disso é limpeza. Hoje caminhando pela Rua da Assembléia no Centro do Rio, me deparei com uma poça de esgoto em frente ao restaurante Delírio Tropical, um nojo só...
    Não é que o estabelecimento estava funcionando normalmente, isso aí. Choque de ordem só funciona para preto, pobre e camelô.
    Há muito tempo tinha um governador na Guanabara, que adorava sumir com mendigos.As coisas não mudam só mudam de roupagem.
    Abraços!

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  5. Ontem, dia 13/01, estava com minha irmã e meu cunhado andando à noite pela orla de Icaraí, em Niterói, quando nos deparamos com um comboio de carros.
    Eram viaturas da PM e da Guarda Municipal, além de um caminhão de lixo, duas kombi e um ônibus circular.
    Sem entender o q estava se passando por aí, minha irmã perguntou a uma das pessoas descida de um dos carros o q estava acontecendo por ali.
    A resposta veio rápido: estamos tirando as pessoas que dormem na rua.
    Sim! Choque de ordem em Niterói!! Virou moda esse treco!
    E a galera da prefeitura e da Niterói Clin (a empresa que cuida da limpeza da cidade), tinha que ter escolta com fuzil e calçar luvas para tirar toda esse gente que suja as ruas da cidade.
    Só q, o q eles não sabem é q, saem uns, surgem outros 5.
    É como diz aquela música: pobres são como podres. E todos sabem como se tratam os pretos.
    É isso.
    Por enquanto!

    Abraços!

    Clara

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  6. Continuo com a mesma dúvida de antes: pra onde vão esses despejados?

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  7. Pois é, pois é! Sou a "irmã" que, perplexa, viu a lamentável cena na aconchegante Niterói. Essa é a pólitica do faz-de-conta, que joga tudo e todos para baixo de seus tapetes. Até quando serão eleitos governantes que adotam essas práticas? Se é verdade que cada povo tem o governante que merece, como já diria Cazuza, "enquanto houver burguesia, não vai haver poesia".

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