segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Por trás de: A Feiticeira

Num Domingo frio (10ºgraus) e chuvoso nada melhor do que um chocolate quente, um sanduiche no forno e um belo cobertor de pêlos para diminuir esse incomodo que é o ar gelado dilacerando aos poucos a carne do corpo. Ok, exagerei. Mas o frio causa mais ou menos isso em mim e, como comunicadora, tenho que me expressar.

Mas não vim aqui para falar do frio, que foi o protagonista do meu domingo. Mas sim sobre o que o toda a narrativa frio fez comigo.

Deitada na cama com mamãe assisti alguns episódios da série que marcou época para muitas das nossas "madres" : A Feiticeira (1964-1972).

A série retrata o dia à dia de uma feiticeira (Elizabeth Montgomery), que tenta ser o mais humana possível e levar uma vida normal com a sua família. Com uma narrativa simples e clássica, totalmente mamão com açúcar, a série conquistou platéias do mundo todo. Chegou ao Brasil em 1965 pela Tv Globo, passou pela TV Excelsior, Record, Bandeirantes e Redetv. Foram 248 episódios em oito anos.

O quê achei mais interessante, foi ver como a típica família conservadora norte-americana, antes do movimento da contra-cultura, é fielmente representada. Como os valores tradicionais, o patriarcalismo, a submissão da mulher, enfim um pacote "zipado" do american way of life são bem amarrados e não tão ingenuamente passados para o espectador. Esse é o poder da imagem em movimento, fixar no tempo o retrato tão fiel de uma época e nos propiciar à que estiver interessado, uma reflexão de costumes e valores deste período.

A feiticeira, Samantha, sempre arrumando a casa (tentando ser o mais humana possível, mas sempre correndo para alguns truques quando necessário), preparando o almoço, a janta, o café, cuidando da criança, do marido. Dificilmente ela saí da sua casa. Tudo tem que estar pronto para quando o "Querido James" chegar.

James (Dick York) é o publicitário, que entra em várias frias por conta de feitiçarias de sua sogra e esposa. É um homem rude com a mulher, a hierarquia da figura masculina em relação a feminina é gritante nos diálogos e na própria estética da voz de James.

Como disse, assistir A Feiticeira, é uma boa ideia para quem quer aprender um pouco sobre a posição da mulher na sociedade conservadora americana.

Divirta-se com as trapalhadas de Samantha, e principalmente caçando frases, expressões corporais e ações que causam o famoso "estranhamento" da Antropologia em nós jovens, mas que passam despercebidos ainda hoje pelos mais "maduros". Por isso assista com mamãe, titia.... do contrário, a emoção não será a mesma.

Beijos
Jaque

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