quarta-feira, 27 de abril de 2011

Luis Buñuel e Viridiana (1961)

Filme inadequado para moralistas religiosos.

Provocante e pertubador. Uma ode de Luis Buñuel (1900-1983) ao anti-cristianismo.

Viridiana (1961) conta a história de uma bela e jovem noviça chamada Viridiana (Silvia Pinal) que antes de fazer os votos de castidade é convencida pela sua madre superiora a visitar o único parente vivo: tio Don Jaime (Fernando Rei). A partir desta inofensiva visita à mansão do titio instaura-se um verdadeiro caos na vida da jovem.

Os bons costumes cristãos são seguidos à risca pela noviça, que ajuda os pobre esperando receber em troca apenas a gratidão por uma oportunidade de recomeçar a vida com dignidade. Porém, Viridiana vai perceber que nem todos querem ser resgatados e que o cristianismo não é um manual com garantia de sucesso .

O filme causou alvoroço quando foi lançado, sendo proibido na Espanha pelo general Franco devido ao seu conteúdo de afronta as virtudes cristãs. Buñuel, que foi um dos precursores do cinema surrealista junto com Salvador Dali, deixou bem clara a sua identificação com o ateísmo ao longo da película. Vale lembrar que é de Buñuel a famosa citação: ‘Sou ateu, graças à Deus.’

A cena mais famosa de Viridiana, sem dúvida, é a representação da Santa Ceia pelos mendigos na fabulosa mansão de Don Jaime e a forma um tanto quanto obscena que a foto de todos reunidos diante da refeição é tirada. Não vou contar, para evitar de estragar a surpresa, mas a cena continua a escandalizar mesmo 50 anos depois.

É uma boa opção de filme para aqueles que desejam um cinema mais provocativo, intrigante e surrealista.

‘Bon appétite’ 

Jaque Deister

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