quinta-feira, 27 de maio de 2010

A arte de se despir





O contato com pessoas que não pertencem a nossa “bolha social” ressalta o quanto, apesar de bem informados, ainda somos restritos e medíocres. Mostra que a generalização não é a mãe de toda a sociedade, como muitas vezes somos levados a acreditar, e rompe com a ideia errada de que nada é bom o bastante para ser publicado, pois todos já viram, ouviram falar ou leram tudo o que você pensa. Importante saber que este “todos”, insignificante, é espelhado em você e naqueles que compartilham da mesma atmosfera intelectualizada que a sua.

Por mais que você estude os problemas sócio-econômicos, leia os jornais diariamente, enverede na militância política são poucos os que conseguem produzir um conteúdo de qualidade para fora da sua “bolha”. Há um egoísmo e um espírito de soberania que faz com que jornalistas escrevam para jornalistas, sociólogos escrevam para sociólogos e escritores para escritores, sempre querendo ser o mais inovador, o mais lúdico e intelectual possível. Porém, esquecendo que se tornam aquilo que mais criticam: segregacionistas .

Poxa, temos (me incluo também) que deixar esse rebuscamento um pouco de lado e SENTIR que os leitores vão além do pequeno mundinho ao qual estamos inseridos. O intelectualismo em excesso censura a imaginação para a produção de bons textos, boas peças e bons roteiros, que podem pecar pela falta de teoria para a Academia, mas que conseguem trazer valores em suas obras de maneira sútil e conquistar diferentes platéias através da simplicidade na linguagem. Não seja prepotente para julgar os outros por você mesmo e tampouco aja como autocensor do único espaço onde você pode de fato ser LIVRE.



Jaque Deister

Um comentário:

  1. Brilhante!
    Já estou de saco cheio desse meio acadêmico onde todo mundo quer demonstrar conhecimento de coisas que não tocam a alma, coisas vazias, chatas e muitas vezes inúteis.
    Repito que as observações contidas no artigo são brilhantes, parabéns para a autora!

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