O contato com pessoas que não pertencem a nossa “bolha social” ressalta o quanto, apesar de bem informados, ainda somos restritos e medíocres. Mostra que a generalização não é a mãe de toda a sociedade, como muitas vezes somos levados a acreditar, e rompe com a ideia errada de que nada é bom o bastante para ser publicado, pois todos já viram, ouviram falar ou leram tudo o que você pensa. Importante saber que este “todos”, insignificante, é espelhado em você e naqueles que compartilham da mesma atmosfera intelectualizada que a sua.
Por mais que você estude os problemas sócio-econômicos, leia os jornais diariamente, enverede na militância política são poucos os que conseguem produzir um conteúdo de qualidade para fora da sua “bolha”. Há um egoísmo e um espírito de soberania que faz com que jornalistas escrevam para jornalistas, sociólogos escrevam para sociólogos e escritores para escritores, sempre querendo ser o mais inovador, o mais lúdico e intelectual possível. Porém, esquecendo que se tornam aquilo que mais criticam: segregacionistas .
Poxa, temos (me incluo também) que deixar esse rebuscamento um pouco de lado e SENTIR que os leitores vão além do pequeno mundinho ao qual estamos inseridos. O intelectualismo em excesso censura a imaginação para a produção de bons textos, boas peças e bons roteiros, que podem pecar pela falta de teoria para a Academia, mas que conseguem trazer valores em suas obras de maneira sútil e conquistar diferentes platéias através da simplicidade na linguagem. Não seja prepotente para julgar os outros por você mesmo e tampouco aja como autocensor do único espaço onde você pode de fato ser LIVRE.
Jaque Deister
Brilhante!
ResponderExcluirJá estou de saco cheio desse meio acadêmico onde todo mundo quer demonstrar conhecimento de coisas que não tocam a alma, coisas vazias, chatas e muitas vezes inúteis.
Repito que as observações contidas no artigo são brilhantes, parabéns para a autora!