sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Reze pelo Haiti



"e pobres, pobres são como podres
e todos sabem como se tratam os pretos"

Haiti - Caetano Veloso e Gilberto Gil


A tragédia no Haiti está nos mostrando o quanto somos capazes de fechar os olhos para nossos vizinhos. Colônia mais produtiva do século XIX, a ilha caribenha se configurou, por anos, como o país mais pobre do mundo.

Explorado desde as raízes e depois jogado às traças, sugado de todas as suas forças e relegado a nada por aqueles que enriqueceram as suas custas, o país sofre com falta de tudo desde antes do terremoto. Agora que eles não tem mais nada, faltam ainda mais coisas. E eu não falo apenas de comida, remédio e roupas. Falo de estrutura, de base, de governo e de dinheiro.

ONU, EUA, Europa, Brasil, Gisele Bündchen, Madona... Todos assinaram cheques e mandaram ajuda. E, sim, essa ajuda está valendo. Mas, o que eu pergunto é até quando essa ajuda vai durar. Até a próxima tragédia, suponho eu. Pois, eu posso estar sendo extremamente pessimista, mas eu acredito que, assim que ocorrer um atentado ou uma bomba que mate norte-americanos e europeus por aí, os olhos irão se voltar para isso e, mais uma vez, pobres serão tratados como podres, assim como já disse o trecho da música que inicia este post.

Por isso, nossos caros leitores, pensemos no Haiti e rezemos para que este país, que tanto já sofreu por puro descaso do resto do mundo, possa se reerguer. Mais que isso, rezemos para que nossos governantes - e nesse "nossos" eu incluo o mundo todo - sejam mais humanos, entendam melhor o planeta em que vivem e que façam do dinheiro fator secundário nos negócios entre as nações.

Será pedir demais?


Abraços,


Clara Araújo

2 comentários:

  1. Não, não é pedir nada demais. É pedir o mínimo! E que os meios de comunicação também cumpram os seus efetivos papéis e continuem a lançar em suas primeiras páginas a trajetória desse povo tão sofrido. Seria essa uma ilusão? Aqui também fica um pedido.

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  2. Meu pedido é que os meios de comunicação não explorem a desgraça alheia para vender exemplares e prender espectadores com suítes absurdamente inúteis como a que vi semana passada, se não me engano.

    Era uma matéria da Globo, de algum desses jornais que se repetem o dia todo cada hora com uma roupagem diferente, desenvolvendo o argumento de que os haitianos sobreviventes eram muito fortes porque já estavam acostumados com as condições insalubres e desumanas de vida.

    Agora tú vê...

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