As eleições municipais estão aí e, junto com elas, a campanha eleitoral. Durante uma hora, pela manhã e à tarde, na TV e no rádio, uma série de candidatos disputa o seu voto. E, nessa corrida, vale de tudo. Uns chamam os netos para pedir o voto para a avó, outros fazem trocadilhos criativos, e muitos abusam dos jingles para chamar sua atenção. Mas, a maior preocupação dos candidatos que aparecem na TV é com a aparência.
Segundo uma matéria publicada no site G1, especialistas em moda dizem que pensar nas roupas usadas na campanha é de suma importância. Uma informação trazida na matéria é significativa. Na eleição presidencial norte-americana de 1960, quem ouviu pelo rádio o debate entre Richard Nixon e John F. Kennedy, deu a vitória ao primeiro candidato. Já aqueles que assistiam pela TV, consideraram que John F. Kennedy foi o vencedor. O motivo? Enquanto Kennedy se apresentou em um elegante terno, Nixon, mais preocupado com as idéias, foi vestido comumente. O resultado desta eleição a gente já conhece: o bem vestido vence o roto.
Aqui no Brasil, tivemos um caso parecido. Em 1989, nas primeiras eleições diretas para presidente após a Ditadura Militar, Lula e Fernando Collor fizeram um debate na TV. Lula ainda era um candidato operário, carregado de ideologias. Collor era o jovem, bem vestido, “caçador de marajás”. O resultado dessa eleição a gente também tem fresco na memória.
Uma outra coisa interessante que a matéria nos traz é justamente o que ela não traz. O G1 entrevista apenas especialistas em moda, ou seja, estilistas. Que questionamentos traz matéria? Nenhum!
E agora, eu pergunto: não seria o papel do jornalista mostrar que o quanto é besta essa preocupação? Por que, sinceramente, o que importa ao ELEITOR a importância da roupa do candidato? Não deveríamos olhar para a história e perceber que nem sempre quem se veste bem tem as melhores propostas e intenções? Não deveriam os jornais e portais de comunicação nos mostrar que o terno pode até ser Armani, mas, se ele for vazio de ideais, não há cristo que o faça colocar a política de pé?
Clara
Segundo uma matéria publicada no site G1, especialistas em moda dizem que pensar nas roupas usadas na campanha é de suma importância. Uma informação trazida na matéria é significativa. Na eleição presidencial norte-americana de 1960, quem ouviu pelo rádio o debate entre Richard Nixon e John F. Kennedy, deu a vitória ao primeiro candidato. Já aqueles que assistiam pela TV, consideraram que John F. Kennedy foi o vencedor. O motivo? Enquanto Kennedy se apresentou em um elegante terno, Nixon, mais preocupado com as idéias, foi vestido comumente. O resultado desta eleição a gente já conhece: o bem vestido vence o roto.
Aqui no Brasil, tivemos um caso parecido. Em 1989, nas primeiras eleições diretas para presidente após a Ditadura Militar, Lula e Fernando Collor fizeram um debate na TV. Lula ainda era um candidato operário, carregado de ideologias. Collor era o jovem, bem vestido, “caçador de marajás”. O resultado dessa eleição a gente também tem fresco na memória.
Uma outra coisa interessante que a matéria nos traz é justamente o que ela não traz. O G1 entrevista apenas especialistas em moda, ou seja, estilistas. Que questionamentos traz matéria? Nenhum!
E agora, eu pergunto: não seria o papel do jornalista mostrar que o quanto é besta essa preocupação? Por que, sinceramente, o que importa ao ELEITOR a importância da roupa do candidato? Não deveríamos olhar para a história e perceber que nem sempre quem se veste bem tem as melhores propostas e intenções? Não deveriam os jornais e portais de comunicação nos mostrar que o terno pode até ser Armani, mas, se ele for vazio de ideais, não há cristo que o faça colocar a política de pé?
Clara